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Política

Após 30 anos, Juraci Leite se despede da Assembleia Lesgislativa

Warton Santos também deixa a Assembleia. Os dois não se candidataram nestas eleições de deixam a Casa depois de mais de 30 anos.

 A Assembleia Legislativa realiza hoje (22) a última sessão ordinária de 2014. Nesta sessão serão homenageados dois parlamentares que deixam um ciclo de sete e oito mandatos consecutivos, Warton Santos (PMDB) e Juraci Leite (PSD). Os dois não se candidataram nestas eleições de deixam a Casa depois de mais 30 anos. Warton deixa a Casa e entra filho Pablo Santos, mas Juraci  Leite não preparou herdeiros, e seu legado político ficará para a História, mesmo assim o deputado se diz com a sensação de dever cumprido.
Imagem: DivulgaçãoJuraci Leite também foi presidente da Casa(Imagem:Divulgação)Juraci Leite também foi presidente da Casa
Uma angioplastia, três stents e o conselho do cardiologista foram  motivos mais que convincentes para fazer o decano da Assembleia Legislativa, deputado Juraci Leite “pendurar as chuteiras”, depois de 32 anos de mandato. “O médico disse: pare com a política, vá cuidar da sua saúde, se ainda quer viver um pouco mais”, lembra o primeiro presidente reeleito da Assembleia Legislativa, em 1995 e 1997.
 
Os passos curtos e lentos denunciam que Juraci Leite já não tem a mesma vitalidade de quando assumiu uma cadeira no plenário da Assembleia, em 1982, herdando do padrinho, Tertuliano Solon Brandão, o gosto pela política -Tertuliano foi prefeito de Pedro II por dois mandatos e exerceu outros dois mandatos como deputado estadual.
 
“Meu pai não gostava de política. Quando ele faleceu meu padrinho foi quem cuidou de mim e dele herdei o gosto pela política, que já foi mais acalorado”, recorda, citando Tomaz Teixeira, Chico Figueiredo. “A gente começou na política quando o fiscal de deputado era o Exército, no tempo da ditadura. Entramos durante o regime militar e saímos com a democracia, onde quem fiscaliza é o povo”.
 
 
“Em política não se ganha nada no grito”
 
Odontólogo formado na Universidade Federal do Ceará, Gerardo Juraci Campelo Leite, é filho de Pedro II, nascido no dia 24 de setembro de 1931, considera a política uma herança, que não se aprende em banco de escola, em sindicato. O deputado admite que o problema cardíaco apressou a “aposentadoria” sem que ele tivesse preparado um sucessor na política. Mas que os ensinamentos dos pais ele deixou para os filhos e hoje repassa aos netos.
 
Segundo ele política tem que estar no sangue, é hereditária, você traz na bagagem o pensamento, as lições já vividas, "não se aprende em sindicato, que prega uma coisa e faz outra. Hoje vemos alguns excessos de expressão, mas nada que justifique uma agressão a um colega. Nunca fui desrespeitoso com nenhum parlamentar. Jamais briguei, nem quando era menino. Meu pai via os brigões se agredindo no meio da rua. Parava e perguntava para eles: o que você arranjou na vida brigando? Nada. Não se ganha nada na briga, no grito. Por isso nunca briguei, ofendi. Podia até parecer que eu era medroso, mas não era medo, era respeito. Nunca faltei com respeito a ninguém, assim é em política, não se ganha nada no grito”, ensina.
  
Casado com Jandira Lopes Campelo Leite teve três filhos: Rita de Cássia Leite Matos Lemes, Sérgio Fernando Lopes Campelo Leite e Teresa Cristina Lopes Campelo Leite.  Os netos, a quem aconselha sobre a vida, são os seus “mestres” quando o assunto é tecnologia. Juraci Leite confessa que gosta de computador, de internet, “mas quem mexe nisso são meus netos”.
 
“Não sou viciado como algumas pessoas, mas pesquiso, sim, para ampliar os meus conhecimentos”. E o Facebook, WhatsApp? Juraci entrega: “Quando quero saber de alguma coisa, boto meus netos para navegar. E aí eles me contam”.
 
Como vai ser a rotina de Juraci Leite quando a aposentadoria chegar? A pergunta deixa o senhor de ralos cabelos brancos pensativo. “A gente sabe que vai ficar faltando alguma coisa... Quando eu deixar o mandato vou aparecer de vez em quando por aqui. Claro para me sentar nas galerias, porque já não vou ser mais deputado, mas venho rever meus colegas, sim, bater um papo”.

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