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"Caso chocante", diz promotora sobre pai que estuprou 7 filhos

“Os profissionais de saúde e da educação devem prestar atenção porque teve uma vítima que de tão traumatizada não deixava ninguém nem se aproximar dela", afirmou.

A promotora de justiça, Amparo Sousa Paz, que foi a responsável pela investigação do caso que condenou um pai, identificado apenas pelas iniciais A.R.A.M, a 72 anos de reclusão por ter abusado sexualmente dos sete filhos (cinco mulheres e dois homens), conversou com o GP1 na tarde desta segunda-feira (21), e relatou a importância da sociedade estar alerta para reações de crianças, que possam ser supostamente vítima de abuso sexual.

“Uma das crianças, de tão traumatizada, repelia qualquer aproximação nossa. Esse foi um caso chocante para todos nós. O processo corre em segredo de justiça para evitar qualquer exposição das vítimas. Nós ainda não fomos comunicados oficialmente da sentença, para decidir se vamos ou não recorrer”, detalhou Amparo Paz.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Promotora Amparo Sousa PazPromotora Amparo Sousa Paz

Sobre esse caso em específico, Amparo Paz alertou para o cuidado com crianças que apresentem qualquer reação comportamental atípica. “Os profissionais de saúde e da educação devem prestar atenção porque teve uma vítima que de tão traumatizada não deixava ninguém nem se aproximar dela. Todo mundo tem que estar muito atento a essas atitudes”, afirmou.

Das seis vítimas, atualmente, um já é adulto e os outros seis são menores de idade. Esses mesmos sete filhos, três são do primeiro casamento, e quatro são do segundo. Além do Ministério Público do Estado do Piauí (MPE-PI), a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e a Defensoria Pública do Estado (DPE) trabalharam conjuntamente neste caso.

  • Foto: Bárbara Rodrigues/GP1Promotor Francisco de JesusPromotor Francisco de Jesus

O coordenador do Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar, o promotor de justiça, Francisco de Jesus, comentou que “quanto mais divulgação, melhor para reprimir os casos. Temos prestado um serviço essencial para esses casos, pois o Nupevid é bem articulado neste sentido”.

“O NUPEVID está agilizando processos dessa natureza porque entendemos que esses crimes não podem e não devem ficar impunes. São casos que consideramos urgentes para dar uma resposta à sociedade e com essa nossa ação, tanto da 10ª como da 5ª Promotoria, nós estamos sempre cobrando e o resultado está vindo rápido”, finalizou Francisco de Jesus.

  • Foto: Bárbara Rodrigues/GP1Sede da NupevidSede da Nupevid

O caso

A Polícia Civil teve conhecimento deste caso em 2015, quando a segunda esposa do acusado comunicou os abusos cometidos pelo marido contra os filhos, na DPCA. A delegada Carla Caldas Fontenele Brizzi comandou as investigações dos crimes e encaminhou o inquérito ao Ministério Público. A denúncia foi formulada em março deste ano pela 10ª Promotoria de Justiça, que integra o Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (NUPEVID) do MPE-PI. 

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