Após receber denúncias, o GP1 foi até a Maternidade Municipal Wall Ferraz (Ciamca), localizada no bairro Dirceu II, para verificar o não recebimento dos testes do pezinho, recomendados para bebês recém-nascidos. A secretária administrativa do local, Vanessa Almeida, afirmou que os exames nunca deixaram de ser feitos e que o problema está na entrega dos resultados.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1
Maternidade Municipal Prof.Wall Ferraz
A técnica de enfermagem responsável pela coleta dos exames, Ana Cleide, explicou que o Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí (Lacen-PI), responsável por todas as maternidades do Estado, não entrega os resultados desde abril. “Nós só colhemos o material e encaminhamos ao Lacen, mas há sete meses eles não fazem as entregas. Na verdade, o teste do pezinho identifica quatro tipos de doenças genéticas e eles estão entregando o resultado apenas de três (TSH, PKU neonatal e Hemoglobinopatias), faltando o da Fibrose Cística, que é a proteína responsável pelo organismo. Não falta material e nem pessoal, o problema é no laboratório, eles alegam a falta de um reagente”, esclareceu.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1
Ana Cleide Técnica em Enfermagem e responsavel pelo teste do pezinho
Ana Cleide ressaltou que a realização do teste do pezinho é essencial aos bebês, porque é o exame capaz de identificar doenças que afetam o sangue e, em caso da existência de alguma patologia, os pais já podem iniciar o tratamento. “O teste do pezinho deve ser feito a partir do terceiro dia de vida, em até no máximo 30 dias, que é o tempo que o sangue coletado é confiável. Assim que os bebês nascem aqui, as mães já agendam o exame”, ressaltou.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1
Teste do pezinho
Segundo dados da Ciamca, o último exame entregue por completo foi no dia 19 de abril. Por mês, uma média de 180 testes são feitos na maternidade, alguns pacientes inclusive são oriundos de outros hospitais.
Outro lado
O Laboratório Central do Piauí(LACEN-PI) esclareceu ao GP1 que está fornecendo normalmente os seus laudos, dentre eles o de Fibrose Cística, o que contradiz a matéria publicada no portal. O exame de Imuno Tripsina Reativa(ITR), que permite diagnosticar a Fibrose Cística, esteve com atraso na liberação de laudos devido a execução do processo licitatório, no entanto, já fora regularizado após a entrega de kits pela empresa vencedora, o que está permitindo a regularização de todas as amostras. Aqueles bebês que realizaram o exame nos meses de abril, maio, junho e julho, foi informado no laudo impresso e entregue às mães que deverão ocorrer um processo de re-coleta e o envio de uma nova amostra ao Lacen, para então proceder com o diagnóstico da fibrose cística através do IRT.
O LACEN informou ainda que não foi procurado pelo portal para os devidos esclarecimentos e que as amostras enviadas já sairão com o resultado completo das quatro patologias previstas pelo programa, respeitando os prazos ministeriais.
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