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Política

Confira a lista de quem já foi citado na delação de Joesley

A lista, segundo ele, inclui senadores, deputados e ex-presidentes da República.

Joesley Batista, dono da JBS, disse à Procuradoria-Geral da República (PGR), em delação premiada, que seu grupo empresarial pagou “nos últimos anos” R$ 400 milhões em propina a políticos e servidores públicos. A lista, segundo ele, inclui senadores, deputados e presidentes da República.

O Estadão fez uma relação com os nomes dos políticos que já foram citados pelo empresário. Confira abaixo:

Presidente Michel Temer

De acordo com o empresário, Temer teria dado aval a uma operação para comprar o silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava Jato. Joesley disse ao presidente que estava pagando mesada a Cunha e a Lúcio Funaro, apontado como operador do ex-presidente da Câmara, para que ambos ficassem em silêncio sobre irregularidades. “Tem que manter isso, viu?”, afirmou Temer ao empresário.

O ex-diretor da JBS, Ricardo Saud, afirmou que o presidente teria pedido R$ 1 milhão em dinheiro vivo. A quantia, segundo Saud, foi entregue ao coronel aposentado João Baptista Lima, amigo de Temer. O valor seria parte de um acerto entre o PT, o PMDB e a JBS durante as eleições de 2014.

  • Foto: Albery Santini/Futura Press/Estadão ConteúdoMichel TemerMichel Temer

Joesley contou que conheceu o presidente por meio do então ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Em 2010, Temer teria pedido dinheiro e o empresário pagou R$ 3 milhões em propinas, sendo R$ 1 milhão por doação oficial e o restante para a empresa Pública Comunicações, do marqueteiro Elsinho Mouco. Em agosto e setembro do mesmo ano, Joesley teria, também a pedido do presidente, pago a quantia de R$ 240 mil à empresa Ilha Produções.

Joesley declarou também que, em 2016, pouco antes de assumir a Presidência, Temer pediu R$ 300 mil para pagar despesas de marketing político na internet. O dinheiro, de acordo com o empresário, foi entregue a Elsinho Mouco em espécie.

Ex-presidente Dilma Rousseff

  • Foto: Alex Silva/Estadão Conteúdo Dilma RousseffDilma Rousseff

Segundo a delação premiada, Dilma seria beneficiária de conta-corrente em offshore no exterior e o ex-ministro Guido Mantega (Fazenda/Governos Lula e Dilma) seria o operador das contas. Segundo o empresário Joesley Batista, o saldo das duas contas teria chegado a bater US$ 150 milhões em 2014. Em reunião com Mantega, no final de 2010, o petista teria pedido que fosse aberta uma nova conta destinada somente a Dilma.

Ex-presidente Lula

  • Foto: Eduardo Frazão/FramePhoto/EstadãoConteúdoEx-presidente LulaEx-presidente Lula

Lula, de acordo com o empresário Joesley, seria beneficiário de conta-corrente em offshore no exterior e o ex-ministro Guido Mantega (Fazenda/Governos Lula e Dilma) seria o operador das contas. Segundo Joesley, o saldo das duas contas teria chegado a bater US$ 150 milhões em 2014.

Alexandre de Moraes, ex-ministro da Justiça e atualmente ministro do STF

É citado no pedido de abertura de inquérito contra o presidente Michel Temer, feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que considera que o senador Aécio Neves, em conversa com Joesley Batista gravada pelo empresário, tentou obstruir as investigações da Lava Jato com Temer e Moraes, direcionando os inquéritos por meio da escolha de delegados. A questão, entretanto, não teria sido finalizada entre os três.

Ex-ministro da Fazenda Guido Mantega

Mantega, segundo o delator, teria intermediado pagamentos de propina a parlamentares do PT. De acordo com executivos da JBS, o então ministro era uma espécie de operador do grupo no BNDES. O empresário informou também que teria feito um empréstimo de US$ 5 milhões conversível em participação societária em 2012 ao ex-ministro para uma empresa chamada Pedala Equipamentos Esportivos.

Ex-ministro da Agricultura, Wagner Rossi

O empresário Joesley Batista disse que conheceu Temer por meio de Wagner Rossi. De acordo com o anexo 9 da delação, Joesley disse que Rossi afirmou ser aliado político de Temer e operar com ele no Porto de Santos.

José Serra, ex-ministro das Relações Exteriores

  • Foto: Donaldo Hadlich /Framephoto/Estadão Conteúdo José Serra José Serra

Segundo Joesley Batista, a JBS pagou R$ 20 milhões para a campanha do tucano, que foi candidato à presidente em 2010, e que R$ 7 milhões foram pagos via caixa dois. Uma simulação de compra de um camarote no Autódromo de Interlagos para encobrir a operação foi feita por R$ 6 milhões. "Teve realmente esse camarote, só não podia ser R$ 6 milhões", disse Joesley. A empresa PPM Análise e Pesquisa teria recebido R$ 420 mil da JBS.

Senador afastado Aécio Neves

  • Foto: Dida Sampaio/Estadão ConteúdoAécio NevesAécio Neves

Foi gravado pedindo propina a Joesley Batista, dono da JBS, sob o argumento de que precisava de dinheiro para a defesa na Operação Lava Jato. O senador teria oferecido também a JBS a escolha de uma diretoria da Vale, colocando no posto alguém de confiança dos irmãos Batista. Em conversa gravada por Joesley Batista, o empresário diz ter falado com Aécio sobre a indicação de Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobrás. Aécio disse que já havia escolhido outra pessoa para a vaga, mas Joesley poderia escolher outra diretoria da mineradora.

Senador Renan Calheiros

De acordo com Joesley Batista, Renan teria tentado impedir o processo de delação do empresário por meio do advogado Willer Tomaz. "Com possível ajuda do procurador da República, Ângelo Goulart Vilella, (Thomaz) estava tentando atrapalhar o processo de colaboração premiada ora em curso, com o escopo, possivelmente de proteger amigos políticos integrantes do PMDB", destaca Janot no pedido de abertura de inquérito enviado ao ministro do STF Edson Fachin. Janot afirma que Thomaz receberia R$ 8 milhões de Joesley e pagaria R$ 50 mil por mês a Ângelo.

Senador Romero Jucá

Teria tentando impedir o processo de delação de Joesley Batista por meio do advogado Willer Tomaz. "Com possível ajuda do procurador da República, Ângelo Goulart Vilella, (Thomaz) estava tentando atrapalhar o processo de colaboração premiada ora em curso, com o escopo, possivelmente de proteger amigos políticos integrantes do PMDB", destaca Janot no pedido de abertura de inquérito enviado ao ministro do STF Edson Fachin. Janot afirma que Thomaz receberia R$ 8 milhões de Joesley e pagaria R$ 50 mil por mês a Ângelo.

Eduardo Cunha, ex-deputado e ex-presidente da Câmara

Cunha teria, segundo o delator, recebido “saldo de propina” depois de preso pela Lava Jato. O valor se referia a uma dívida de R$ 20 milhões com o ex-deputado, referente à atuação dele na tramitação de projeto de lei que desonerou a cadeia produtiva do frango.

Rodrigo Rocha Loures, deputado e ex-assessor de Temer

Teria aceitado propina para resolver pendências da J&F, holding que controla a JBS, no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Em conversa gravada, o empresário Joesley Batista teria prometido dar ao congressista 5% de um lucro anual de R$ 300 milhões, que obteria ao resolver o imbróglio no órgão.

Fernando Pimentel, governador de Minas Gerais

Em 2014, Guido Mantega teria requisitado insistentemente a Joesley pagamento de propina para Fernando Pimentel, governador eleito de Minas Gerais. Ao questionar Mantega, ele teria dito: “isso é com ela”. Joesley então teria solicitado audiência com Dilma.

Lúcio Bolonha Funaro

Operador do peemedebista e do empresário em esquemas de corrupção. Teria recebido mesada de R$ 400 mil para manter silêncio em seus depoimentos.

Andréa Neves

Considerada braço direito de seu irmão, Aécio Neves, Andrea ela teria pedido R$ 40 milhões para comprar um apartamento no Rio de Janeiro a Joesley, mas este afirmou que só daria o dinheiro caso Bendine fosse indicado a uma diretoria da Vale.

Elsinho Mouco

Pouco antes de assumir a Presidência, Temer teria procurado Joesley para uma reunião em seu escritório em São Paulo pedindo R$ 300 mil para pagar despesas de marketing político na internet. O dinheiro. de acordo com Joesley, foi entregue a Elsinho Mouco em espécie.

Willer Tomaz

Advogado de Renan e Romero Jucá, estava tentando atrapalhar o processo de colaboração premiada ora em curso, com o escopo, possivelmente de proteger amigos políticos integrantes do PMDB". Teria receberia R$ 8 milhões de Joesley.

Ângelo Goulart Vilella

Procurador que atuava no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), teria ajudado o advogado Willer Tomaz com informações sobre o processo de colaboração premiada ora em curso. Teria recebido R$ 50 mil por mês de Tomaz.

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