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Teresina - Piauí

Diretora do Areolino iria casar em 2017 com cabo Claudemir

As investigações da Polícia Civil apontam que os dois se casariam em fevereiro de 2017.

O delegado Gustavo Jung, responsável pela investigação do assassinato de Claudemir Sousa, declarou durante coletiva de imprensa, que o cabo do BOPE estava de casamento marcado com a diretora do Hospital Areolino de Abreu, Maria Ocionira Barbosa de Sousa. As investigações da Polícia Civil apontam que os dois se casariam em fevereiro de 2017.

“Concomitantemente ela [Maria Ocionira] mantia um relacionamento amoroso e profissional com o Leonardo. Isso foi devidamente comprovado. Testemunhas presenciaram os dois diversas vezes em locais públicos, inclusive se apresentando como marido e mulher”, declarou o delegado.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Delegado Gustavo Jungue e delegado Riedel BatistaDelegado Gustavo Jung e Delegado Geral, Riedel Batista

As investigações da Polícia Civil apontam também que mesmo com casamento marcado com o cabo Claudemir, Maria Ocionira estava com duas viagens marcadas com Leonardo. A primeira seria no revéillon 2017, para Natal-RN, e a segunda já no começo do próximo ano, era para Amsterdã, na Europa.

"Era notório na família do Claudemir, inclusive por meio de algumas testemunhas, que ele ia casar agora em fevereiro [de 2017]. Fato este agora confirmado pela própria Maria Ocionira", disse o delegado Gustavo Jung.

  • Foto: Divulgação/Polícia CivilOcionira e o cabo ClaudemirOcionira e o cabo Claudemir

A Polícia Civil explicou porque Maria Ocionira foi uma das nove pessoas indiciadas e também a causa dela ser considerada a coautora intelectual do crime. "O motivo seria tanto a questão afetiva, como profissional. Tirar o policial da jogada como companheiro dela e também como atravessador da profissão deles, porque sem dúvida alguma, ele tomando conhecimento da presença do Leonardo, ele não iria logicamente aceitar, iria romper a questão profissional entre os dois [Leonardo e Ocionira] e também o relacionamento. A Ocionira está indiciada como coautora intelectual, de forma que ela e o Leonardo planejaram a morte do policial", afirmou o delegado Gustavo Jung, presidente do inquérito.

"O policial militar do BOPE estava em Brasília na Força Nacional morando lá há dois anos. Esse crime eu diria que tem tanto a linha de desdobramento emocional, como também profissional, a gente não pode excluir nem uma coisa nem outra, as duas se encaixam.Basta a gente pensar, ele estava com uma pessoa, o outro ia voltar, logicamente que se estavam com datas marcadas [do casamento], isso iria atrapalhar não só o relacionamento, como também a parceria profissional que existia, e o fim seria o que aconteceu, uma das provas disso é que já estavam com passagens compradas para o ano novo juntos e a viagem para Europa", complementou o delegado.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Delegado Gustavo JungueDelegado Gustavo Jung

A relação profissional que o delegado cita são supostas fraudes feitas contra o INSS, e que a partir dessa suspeita, a Polícia Federal entra no caso, para investigar. “Na residência do Leonardo foram encontrados alguns documentos que dão conta de possíveis fraudes em procedimentos de aposentadoria junto ao INSS, nesses documentos constavam os nomes da 'doutora' Ocionira", destacou Gustavo Jung.

De acordo com a Polícia Civil, esses documentos comprovam a ligação de Leonardo com a Maria Ocionira. "Além de outros crimes que serão encaminhados à Polícia Federal, para o devido apuramento, e sem dúvida alguma, pode-se concluir que ela teria sim interesse que ocorresse o resultado que aconteceu", acrescentou.

O dia do crime

Um fato que chamou a atenção da Polícia Civil foi que no dia da morte do cabo Claudemir, momentos antes do crime, a vítima esteve no trabalho dela e conversaram sobre a questão do casamento. “Eles estavam pensando em casar em fevereiro, mas ela disse que a mãe dela estava viajando e quando voltasse, iriam anunciar para a família”, afirmou o delegado.

Quando foi por volta das 20h30 do dia 6 de dezembro, Maria Ociorina, que tinha muito contato com a família dele, era de dentro de casa do cabo Claudemir, estava conversando com um familiar do cabo Claudemir.

"Nessa conversa, eles falaram sobre várias coisas, inclusive essa pessoa que entrou em contato disse que estava sabendo que eles iriam casar em fevereiro e a própria Ocionira teria mandado algumas imagens do apartamento já mobiliado que ambos iriam conviver quando casassem”, complementou Gustavo Jung.

Prisão preventiva para Maria Ocionira

Mesmo já tendo sido indiciada, o presidente do inquérito desse crime, descarta até o momento, o pedido de prisão preventiva contra Maria Ocionira. "Todo o trabalho da polícia ainda está em continuação. Existem diligências a serem feitas e após os resultados chegarem, nós vamos analisar calmamente se é o caso ou não de fazer medidas como essa, que é a prisão preventiva dela", pontuou o delegado.

"Até o presente momento, nós fizemos o mapeamento sobre a vida do Claudemir, antes do fato e pós fato, em possíveis contatos com amigos e demais pessoas. Nós não podemos afirmar que ele estaria envolvido ou saberia de algum fato desse tipo, mas uma coisa que a gente pode concluir é que ele, como policial, após passar um período em Brasília e retornar a Teresina, sem dúvidas, se tivesse tomando conhecimento desses fatos, não iria aceitar essa situação de Leonardo e Maria Ocionira", continuou Gustavo Jung.

"A defesa ela pode se utilizar das prerrogativas constitucionais que a Lei diz, em que ela pode ficar em silêncio ou pode mentir ao seu favor. Não cabe a mim dizer o que é ou deve ser feito, o que podemos fazer é o que fizemos, é diligenciar para poder afirmar que o que ela mencionou não condiz com a verdade. Ela mentiu no próprio depoimento dela, acreditando que ela estaria mentindo em seu benefício, mas a polícia de prontidão fez diligências que puderam esclarecer de uma vez por todas, diversas contradições existentes naquele depoimento", finalizou o presidente do inquérito.

Relembre o caso

  • Foto: Facebook/Claudemir Sousa Claudemir Sousa Claudemir Sousa

Claudemir Sousa foi executado com vários tiros na noite desta terça-feira (6), no bairro Saci. Os bandidos não levaram nada dele, o que logo fez surgir a hipótese de ser execução. O corpo da vítima foi velado na Paróquia Militar de São Sebastião e enterrado no cemitério Jardim da Ressurreição.

Horas após o assassinato, cinco pessoas foram presas acusadas de terem arquitetado e executado o crime, dentre essas, um funcionário da Infraero, que as primeiras investigações indicam que foi o mandate do assassinato, e também um taxista, que foi o responsável por agenciar quatro homens para matar o policial militar. Na tarde ontem (7), foi preso Flávio Willames, que havia saído há dois meses do Complexo de Pedrinhas, em São Luís-MA.

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