"Eu nem sei quem são essas crianças", diz acusado de estupro coletivo em Castelo do Piauí

Durante coletiva de impressa, neste sábado (30), Adão Jose da Silva Sousa, apontado como mentor do estupro coletivo a quatro garotas em Castelo do Piauí, negou a participação no crime. O acusado diz que não estava no morro onde as vítimas foram encontradas e não conhece os menores envolvidos. O suspeito já foi preso em São Paulo, onde cumpriu pena em regime fechado por tráfico e assaltos por 13 anos.

“Não fui eu. Eu não estuprei. Eu não estava lá. Eu nem sei quem são essas crianças que foram estupradas e nem sei quem são esses caras que falaram que foi eu. Se fizer o exame vocês vão ver que não foi eu”, enfatizou Adão . O acusado afirmou que fugiu por ter praticado um assalto a um posto de combustível na cidade de Castelo do Piauí, na semana anterior.

Contradição

Em vários momentos da fala, Adão entrou em contradição. Primeiramente, o acusado afirmou: “Eu não conheço esses meninos”. Questionado sobre a informação de que os menores estariam levando drogas para ele, Adão se contradisse.  “Eles não estavam levando drogas pra mim, eu vendia drogas para eles”, percebendo a incoerência, Adão tentou se explicar “Mas eu não sei quem compra drogas, um monte de gente compra droga comigo”.

Adão afirma ainda que não sabe onde fica o morro onde as garotas foram encontradas. O acusado garante que não estava na cidade no dia em que o crime aconteceu. “Nesse dia eu não estava lá, porque foi na quarta e eu sai de Castelo no sábado”, relatou. Adão não soube explicar porque foi indicado pelos menores como participante. “Eu não sei, não tenho a mínima ideal”.

Indícios

Para o delegado geral Riedel Batista, não há duvidas da participação do acusado. “No inquérito policial do flagrante, existem fartas provas contra ele. Não há duvidas, porque os próprios menores que foram presos indicaram o Adão como participante do crime. A polícia agiu com total certeza, com certeza o Adão tem participação no crime”.

O delegado Laercio Evangelista, comandante da investigação, informou que foi encontrada uma bermuda com sangue e esperma, na casa dos pais de Adão. “Todos os objetos foram enviados para a perícia, para constatar a participação dele”, informou o delegado.

Passagem pela polícia

Adão José responde a três processos por tráfico de drogas e assalto a mão armada. É fugitivo da justiça de São Paulo, onde cumpria pena por assaltos. No ultimo dia 22, o acusado assaltou um posto de combustível na cidade de Castelo do Piauí, onde atirou contra uma funcionária. “Eu atirei nela por acidente. Ela empurrou o carro pra cima de mim e o revolver disparou, eu não ia atirar nela, eu queria só o dinheiro”.

O acusado já cumpriu pena em regime fechado por 13 anos preso na cidade de São Paulo, por tráfico de drogas e assaltos. Adão afirmou que chegou ao Piauí no mês de abril e desde então é envolvido com o trafico de entorpecentes na região norte do estado.

Inquérito

Até o momento, a investigação da polícia está baseada nos depoimentos dos  adolescentes acusados. As vítimas não foram ouvidas ainda, pelo grave estado de saúde física e psicológica. “Nós não ouvimos ainda as vítimas, em razão da saúde delas, elas não conseguem falar ainda. Nós não tivemos acesso a essas meninas. Devemos esperar o momento oportuno para coletar os depoimentos”, disse o delegado Willame Costa, gerente de policiamento do interior.

As provas técnicas devem evidenciar a participação de Adão, segundo o delegado. “Foi coletado material genético de todas as meninas, foi coletado material genético de todos os acusados, com autorização dos pais, agora ele (Adão) pede para fazer o exame e também vai ser feito”.

Adão José da Silva Sousa, 40 anos,  deve realizar exame pericial ainda hoje (30) e posteriormente será enviado à Casa de Custódia de Teresina.

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