O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, decidiu dividir a investigação sobre Michel Temer e o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) do inquérito que também investiga no Supremo Tribunal Federal (STF) o senador afastado, Aécio Neves (PSDB-MG).
Na mesma decisão, o ministro também autorizou o interrogatório de Temer, que poderá ser feito por escrito, e respondido em 24 horas após a entrega das perguntas pela Polícia Federal.
Quando a investigação foi aberta em abril, Temer, Aécio e Rocha Loures eram investigados conjuntamente na Suprema Corte. A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou que o presidente da República, o deputado e o senador fossem investigados.
- Foto: Albery Santini/Futura Press/André Dusek/Estadão Conteúdo
Michel Temer e Edson Fachin
De acordo com o G1, a irmã de Aécio, a jornalista Andrea Neves e Frederico Pacheco de Medeiros, primo do senador, ficarão no mesmo inquérito do parlamentar tucano. Na semana passada, a defesa de Temer havia solicitado desmembramento do inquérito sob o argumento de que não havia conexão entre os fatos imputados aos três, narrados na delação premiada da JBS.
O pedido de abertura se deu depois que o acordo de delação premiada com à Procuradoria-Geral da República (PGR), do empresário e dono do grupo JBS, Joesley Batista, veio a público. Em depoimento, Joesley revelou uma gravação, onde o presidente dava aval para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Um dia depois, Fachin homologou a delação de Joesley e seu irmão Wesley Batista. Pela Constituição, o presidente da República só pode ser investigado por atos cometidos durante o exercício do mandato e com autorização do STF.
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