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Ciência e Tecnologia

Inpe apresenta primeiro subsistema de satélite desenvolvido no Brasil

Testes reproduziram todo tipo de esforços e o ambiente hostil que o satélite terá desde o lançamento ao fim de sua vida útil no espaço.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apresentou o primeiro subsistema de propulsão para satélite desenvolvido no Brasil, que entrará em órbita a bordo do Amazônia-1.

O equipamento é necessário para correção de altitude e elevação de órbita durante a vida útil do satélite. E foi desenvolvido pela Plataforma Multimissão (PMM), criada pelo Inpe para base de satélites como o Amazônia-1 e o Lattes, em parceria com a empresa Fibraforte, de São José dos Campos (SP), que já teve dois projetos de pesquisa apoiados pela FAPESP no âmbito do Programa Pesquisa Inovativa em Pequena Empresa (PIPE).

O modelo de qualificação do subsistema de propulsão da PMM foi submetido a uma sequência de testes severos, realizados em laboratórios do Inpe, que reproduzem todo tipo de esforços e o ambiente hostil que o satélite terá desde o lançamento ao fim de sua vida útil no espaço.

No Laboratório de Integração e Testes (LIT), em São José dos Campos, foram realizados os testes de vibração, termovácuo, alinhamento e vazamento. Antes disso, em conjunto com a Fibraforte, o LIT também foi responsável pelo desenvolvimento dos processos de soldagem, pela qualificação dos corpos de prova e pela própria soldagem de todas as tubulações do subsistema.

Já no Banco de Testes com Simulação de Altitude (BTSA), em Cachoeira Paulista, aconteceu o teste de tiro real sob vácuo, que simula manobras em órbita. Todos os testes foram aprovados na etapa de qualificação.

“Como os testes foram realizados pela primeira vez em um subsistema de propulsão, os laboratórios tiveram adaptações em suas estruturas. O BTSA, que integra o Laboratório de Combustão e Propulsão, obteve investimentos para adaptações e melhorias”, contou Heitor Patire Júnior, pesquisador do Inpe e responsável técnico pelo projeto.

“Novos desenvolvimentos e domínio de tecnologia foram necessários para a construção do subsistema de propulsão, tanto do lado Inpe como pela empresa contratada”, completou.

Segundo o pesquisador, alguns equipamentos que fazem parte do subsistema de propulsão ainda foram importados por não haver produto similar no país, enquanto outros foram desenvolvidos pela Fibraforte, como propulsores, válvulas de enchimento e dreno de combustível e gás pressurizante, tubulação e a própria estrutura e suportes do subsistema.

Já no Inpe está sendo desenvolvido o catalisador que abastece os propulsores (onde o combustível sofre reação química gerando a propulsão nos motores), além de todo processo de soldagem da tubulação que transporta o combustível entre o tanque e os propulsores e o treinamento das equipes de vários laboratórios envolvidos no desenvolvimento do equipamento.

Para os próximos satélites, a Fibraforte pretende desenvolver também o tanque de propelente.

A empresa desenvolveu, com apoio da FAPESP, um propulsor monorepelente para satélite e uma ferramenta para otimização de estruturas.

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