Andressa Martins
O ex-líder do PT no Senado, Delcídio do Amaral, entregou á Procuradoria-Geral da República vários documentos que apontam seu encontro com o ex-presidente Lula para tramar contra a Operação Lava Jato. Lula foi denunciado por Rodrigo Janot, procurador-geral da República, por obstrução à Justiça.
Janot também pediu que Lula seja incluso no inquérito que investiga dezenas de políticos envolvidos com o esquema de corrupção na Petrobras. Delcídio disse ao Ministério Público que foi chamado por Lula em maio de 2015 para “tratar da necessidade de se evitar que Nestor Cerveró fizesse acordo de colaboração premiada”.
O senador, agora sem partido, disse que o ex-presidente o incumbiu de “viabilizar a compra do silêncio de Nestor” para proteger o amigo pessoal de Lula, o pecuarista José Carlos Bumlai.
“A respeito desse fato, há diversos outros elementos, tais como e-mail com comprovante de agendamento da reunião entre Lula e Delcídio no Instituto Lula, no dia 8 de maio de 2015; comprovantes de deslocamento efetivo do senador para São Paulo compatível com esta data; outros documentos que atestam diversas outras reuniões entre Lula e Delcídio no período coincidente às negociatas envolvendo o silêncio de Nestor Cerveró, além de registros de diversas conversas telefônicas mantidas entre Lula e (o pecuarista) José Carlos Bumlai e entre este e Delcídio”, manifestou Janot ao STF.
Senador ainda afirmou que o filho de Bumlai, Maurício Bumlai, pagou R$ 250 mil à família de Cerveró, a pedido de Lula. “O Lula tinha especial preocupação com a situação de José Carlos Bumlai porque eles ficaram muito próximos durante a primeira campanha de Lula à Presidência da Republica e depois disso, Bumlai se tornou o grande conselheiro de Lula, com forte influência em diversos negócios do governo, além de ter sido avalista de um empréstimo milionário obtido pelo PT junto ao Banco Schahin e de ter ajudado a construir, estruturar e organizar o Instituto Lula, entre outros”, disse.
Janot considerou também as gravações feitas por Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, captadas em novembro de 2015, onde um áudio “revelador da grande trama criminosa envolvendo a obstrução da presente investigação, por meio da compra do silêncio de Nestor Cerveró”.
“A partir daí as investigações ganharam novos contornos e se constatou que Luiz Inácio Lula da Silva, José Carlos Bumlai e Mauricio Bumlai atuaram na compra do silêncio de Nestor Cerveró para proteger outros interesses, além daqueles inerentes a Delcídio e a André Esteves, dando ensejo ao aditamento da denúncia anteriormente oferecida nos Autos 4170/STF”, afirma Janot.
“Os depoimentos de Nestor Cerveró deixam evidente que a intenção dos articuladores do silêncio de Nestor era esconder fatos ilícitos envolvendo Luiz Inácio Lula da Silva, José Carlos Bumlai, André Esteves, Delcídio Amaral, além de outras pessoas que possivelmente também integram a organização criminosa objeto deste inquérito.”
Imagem: Veja
Delcídio diz que Lula comandava o esquema na Petrobras
Delcídio diz que Lula comandava o esquema na Petrobras Janot também pediu que Lula seja incluso no inquérito que investiga dezenas de políticos envolvidos com o esquema de corrupção na Petrobras. Delcídio disse ao Ministério Público que foi chamado por Lula em maio de 2015 para “tratar da necessidade de se evitar que Nestor Cerveró fizesse acordo de colaboração premiada”.
O senador, agora sem partido, disse que o ex-presidente o incumbiu de “viabilizar a compra do silêncio de Nestor” para proteger o amigo pessoal de Lula, o pecuarista José Carlos Bumlai.
Imagem: Evaristo Sá/AFP
O procurador geral da República, Rodrigo Janot
O procurador geral da República, Rodrigo Janot“A respeito desse fato, há diversos outros elementos, tais como e-mail com comprovante de agendamento da reunião entre Lula e Delcídio no Instituto Lula, no dia 8 de maio de 2015; comprovantes de deslocamento efetivo do senador para São Paulo compatível com esta data; outros documentos que atestam diversas outras reuniões entre Lula e Delcídio no período coincidente às negociatas envolvendo o silêncio de Nestor Cerveró, além de registros de diversas conversas telefônicas mantidas entre Lula e (o pecuarista) José Carlos Bumlai e entre este e Delcídio”, manifestou Janot ao STF.
Imagem: Ricardo Moraes/Reuters
ex-presidente Lula
ex-presidente Lula Senador ainda afirmou que o filho de Bumlai, Maurício Bumlai, pagou R$ 250 mil à família de Cerveró, a pedido de Lula. “O Lula tinha especial preocupação com a situação de José Carlos Bumlai porque eles ficaram muito próximos durante a primeira campanha de Lula à Presidência da Republica e depois disso, Bumlai se tornou o grande conselheiro de Lula, com forte influência em diversos negócios do governo, além de ter sido avalista de um empréstimo milionário obtido pelo PT junto ao Banco Schahin e de ter ajudado a construir, estruturar e organizar o Instituto Lula, entre outros”, disse.
Janot considerou também as gravações feitas por Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, captadas em novembro de 2015, onde um áudio “revelador da grande trama criminosa envolvendo a obstrução da presente investigação, por meio da compra do silêncio de Nestor Cerveró”.
“A partir daí as investigações ganharam novos contornos e se constatou que Luiz Inácio Lula da Silva, José Carlos Bumlai e Mauricio Bumlai atuaram na compra do silêncio de Nestor Cerveró para proteger outros interesses, além daqueles inerentes a Delcídio e a André Esteves, dando ensejo ao aditamento da denúncia anteriormente oferecida nos Autos 4170/STF”, afirma Janot.
“Os depoimentos de Nestor Cerveró deixam evidente que a intenção dos articuladores do silêncio de Nestor era esconder fatos ilícitos envolvendo Luiz Inácio Lula da Silva, José Carlos Bumlai, André Esteves, Delcídio Amaral, além de outras pessoas que possivelmente também integram a organização criminosa objeto deste inquérito.”
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