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Política

Leia a transcrição da conversa entre Aécio e Joesley Batista

Aécio também diz que Temer errou ao nomear Osmar Serraglio e chama os presidentes do Senado e da Câmara, Eunício Oliveira e Rodrigo Maia de "frágeis".

O site Buzzfeed divulgou a transcrição de diálogos entre o empresário do grupo JBS, Joesley Batista, e o senador Aécio Neves. Nas conversas, o tucano critica o governo de Michel Temer por não ter pulso sobre a Polícia Federal (PF).

  • Foto: Dida Sampaio/Estadão ConteúdoAécio NevesAécio Neves

Aécio também diz que Temer errou ao nomear Osmar Serraglio e chama os presidentes do Senado e da Câmara, Eunício Oliveira e Rodrigo Maia, de "frágeis" por não conseguirem aprovar a anistia do caixa 2 e o abuso de autoridade.

Confira o diálogo abaixo:

Aécio — Esses vazamentos, essa p... toda, é uma ilegalidade.

Joesley — Não vai parar com essa mer...?

Aécio — Cara, nós tamos vendo (...) Primeiro temos dois caras frágeis pra cara... nessa história é o Eunício [Oliveira, presidente do Senado] e o Rodrigo [Maia, presidente da Câmara], o Rodrigo especialmente também, tinha que dar uma apertada nele que nós tamos vendo o texto (...) na terça-feira.

Joesley — Texto do quê?

Aécio — Não... São duas coisas, primeiro cortar o pra trás (...) de quem doa e de quem recebeu.

Joesley — E de quem recebeu.

Aécio — Tudo. Acabar com tudo, esses crimes de falsidade ideológica, papapá, que é que na, na, na mão [dupla], texto pronto nãnã. O Eunício afirmando que tá com colhão pra votar, nós tamo (sic). Porque o negócio agora não dá para ser mais na surdina, tem que ser o seguinte: todo mundo assinar, o PSDB vai assinar, o PT vai assinar, o PMDB vai assinar, tá montada. A ideia é votar na... Porque o Rodrigo devolveu aquela tal das Dez Medidas, a gente vai votar naquelas dez... Naquela mer... das Dez Medidas toda essa p... O que eu tô sentindo? Trabalhando nisso igual um louco.

Joesley — Lógico.

Aécio — O Rodrigo enquanto não chega nele essa merda direto, né?

Joesley — Todo mundo fica com essa. Não...

Aécio — E, meio de lado, não, meio de leve, meio de raspão, né, não vou morrer. O cara, cê tinha que mandar um, um, cê tem ajudado esses caras pra cara..., tinha que mandar um recado pro Rodrigo, alguém seu, tem que votar essa mer... de qualquer maneira, assustar um pouco, eu tô assustando ele, entendeu? Se falar coisa sua aí... forte. Não que isso? Resolvido isso tem que entrar no abuso de autoridade... O que esse Congresso tem que fazer. Agora tá uma zona por quê? O Eunício não é o Renan.

Joesley — Já andaram batendo no Eunício aí, né? Já andaram batendo nas coisas do Eunício, negócio da empresa dele, não sei o quê.

Aécio — Ontem até... Eu voltei com o Michel ontem, só eu e o Michel, pra saber também se o cara vai bancar, entendeu? Diz que banca, porque tem que sancionar essa merda, imagina bota cara.

Joesley — E aí ele chega lá e amarela.

Aécio — Aí o povo vai pra rua e ele amarela. Apesar que a turma no torno dele, o Moreira [Franco], esse povo, o próprio [Eliseu] Padilha não vai deixar escapulir. Então chegando finalmente a porra do texto, tá na mão do Eunício.

(...)

Aécio — Tá na cadeira (...). O ministro é um bos... de um cara... que não dá um alô, peba, está passando mal de saúde pede pra sair. Michel tá doido. Veio só eu e ele ontem de São Paulo, mandou um cara lá no Osmar Serraglio, porque ele errou de novo de nomear essa p... desse (...). Porque aí mexia na PF. O que que vai acontecer agora? Vai vim um inquérito de uma porrada de gente, cara..., eles são tão bunda mole que eles não (têm) o cara que vai distribuir os inquéritos para o delegado. Você tem lá cem, sei lá, 2.000 delegados da Polícia Federal. Você tem que escolher dez caras, né?, do Moreira, que interessa a ele vai pro João.

Joesley — Pro João.

Aécio — É. O Aécio vai pro Zé (...)

[Vozes intercaladas]

Aécio — Tem que tirar esse cara.

Joesley — É, pô. Esse cara já era. Tá doido.

Aécio — E o motivo igual a esse?

Joesley — Claro. Criou o clima.

Aécio — É ele próprio já estava até preparado para sair.

Joesley — Claro. Criou o clima.

Relembre o caso

O empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS, fez acordo de delação premiada com Procuradoria Geral da República e entregou uma gravação de 30 minutos na qual Aécio, presidente nacional do PSDB, pede ao empresário R$ 2 milhões para pagar a defesa dele na Operação Lava Jato. Fachin já homologou a deleção do empresário e Aécio Neves foi afastado do cargo pelo ministro Fachin.

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