O Major da Polícia Militar de Teresina, Evandro Rodrigues da Silva, apresentou denúncia ao Ministério Público do Trabalho, na última terça-feira (04), constatando as péssimas condições de trabalho a que são submetidos os policiais militares. O oficial apresentou um relatório onde aponta diversos problemas estruturais nos Batalhões e Companhias da Capital, que foram detectados durante plantão como supervisor.
Os quartéis visitados e onde foram detectados os problemas foram: 1° Batalhão Policial Militar; 5° Batalhão Policial Militar; 6° Batalhão Policial Militar; 8° Batalhão Policial Militar; 9° Batalhão Policial Militar; Esquadrão Independente de Polícia Montada; Cia Independente do Promorar; e Quartel do Comando Geral.
No documento, o major Evandro Rodrigues afirma que existem, além das falhas estruturais, problemas nos equipamentos de trabalho que dificultam a atuação dos agentes. “Foram feitos registros de inadequações nas instalações elétricas e hidráulicas, sanitárias e estruturais, bem como, registro de utilização de colchões velhos e banheiros com fedentina insuportável, computadores para confecção de documentos, além de ausência de material de limpeza e de simples expediente, como folha papel, dentre outros”, disse.
O policial também apontou irregularidades na garantia de segurança aos agentes, visto que foram detectados problemas nos coletes a prova de balas e na quantidade de munições. “Preocupações maiores são verificadas quanto a quantidade insuficiente de munições pagas aos militares em serviço e a possibilidade de exercício das atividades sem coletes balísticos, tendo em vista a proximidade do vencimento de sua utilização garantida, conforme alertado em um dos relatórios anexos”, declarou.
O major afirmou que apresentou a denúncia após enviar o relatório à PM e ser ameaçado de prisão. “Denunciei ao Ministério Público do Trabalho porque ameaçaram me prender. O assessor de comunicação da PM disse que tudo é mentira e que vai mandar pra corregedoria abrir procedimento contra mim, em vez de tentar resolver a situação”, lamentou Evandro Rodrigues.
O oficial ainda cobrou uma solução para os problemas por parte das autoridades responsáveis. “É forçoso uma imediata intervenção a nível de Governo do Estado, Secretaria de Segurança Pública, Comando Geral da PMPI e Ministério Público do Trabalho para imediatas providências que o caso requer, no sentido de verificação específica e detalhada de cada caso com fins de melhoria das condições de trabalho dos militares estaduais e consequente alcance da eficiência nas atividades desenvolvidas em prol da sociedade”, finalizou o major, que ainda informou que o mesmo relatório já foi recebido pelo comandante geral da Polícia Militar no Estado, coronel Carlos Augusto.
Outro lado
O comandante-geral da Polícia Militar do Estado, coronel Carlos Augusto, afirmou não ter conhecimento das denúncias e alegou que em um ano e seis meses que ele está a frente da corporação, muitos investimentos já foram feitos. "Desde que assumi o comando da PM, estamos construindo e reformando muitos locais de trabalho, como já fizemos em Santa Rosa do Piauí, Regeneração, Picos, Parnaíba, Simplício Mendes, climatizamos as salas de aula do CFAP [escola militar], entre outras coisas", frisou.
- Foto: Lucas Dias/GP1Coronel Carlos Augusto
O coronel ressaltou também que não existe uma única emenda parlamentar em prol da segurança pública. "Com exceção de uma do próprio secretário Fábio Abreu, não tem uma emenda que beneficie a segurança, e mesmo assim, já adquirimos mais de 200 viaturas, 500 pistolas, 100 fuzis e esta semana é para chegar mais equipamentos. Além de que, hoje em dia, não existe mais alojamento, o policial trabalha somente de seis a oito horas por dia", enfatizou.
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