Fechar
GP1

Piauí

Médicos realizam autópsia psicológica e confirmam que Fernanda Lages cometeu suicídio

O resultado do relatório foi apresentado na manhã de hoje (17), na Acadepol.

Foi apresentado na manhã de hoje (17), na Academia de Polícia Civil- Acadepol, localizada no bairro Saci, zona Sul de Teresina, o resultado da autópsia psicológica feita na estudante Fernanda Lages encontrada morta no  dia 25 de agosto de 2011. Foram entrevistadas 27 pessoas (familiares, amigos, conhecidos, empregador, etc.), tendo sido sete pessoas submetidas aos testes de credibilidade e veracidade. A conclusão é que a jovem cometeu suicídio.

Imagem: Francyelle Elias/ GP1Coletiva ocorreu na Acadepol(Imagem:Francyelle Elias/ GP1)Coletiva ocorreu na Acadepol

O delegado Cleydson Pereira disse que fizeram entrevistas com várias pessoas e que foi estudada toda a dinâmica da vida de Fernanda. De acordo com o delegado, a autópsia poderia ter levado a três conclusões: acidente, homicídio ou suicídio.

De acordo com a psiquiatra Maria da Conceição Krase esse é um tipo de procedimento que demanda um tempo maior, sendo utilizado como o último recurso nos casos em que restam dúvidas sobre algum crime. Segundo a médica, a equipe levantou informações de Fernanda desde a infância até o dia de sua morte. O objetivo segundo a psiquiatra era realizar um levantamento biopsicossocial para verificar se a mente dela no dia do crime havia sofrido algum tipo de mudança.

Imagem: Francyelle Elias/ GP1Maria da Conceição(Imagem:Francyelle Elias/ GP1)Maria da Conceição

Todos os entrevistados assinaram um termo autorizando o uso do equipamento conhecido como detector de mentiras. Os peritos ouviram amigos, familiares e o ex-namorado da jovem.
Os peritos informaram ainda que foi encontrado no corpo de Fernanda a quantia de 1,7 g/L de álcool no sangue. “Com essa quantidade a pessoa não consegue fazer julgamento real das coisas sem que a percepção fique prejudicada e ocorre também um comprometimento motor severo. No entanto, ela conseguiu dirigir nesse dia e com isso comprovamos que ela tinha uma tolerância ao álcool, o organismo estava acostumado”, explicou a psiquiatra.

Vigilantes

Entre os entrevistados, os dois vigilantes de outros estabelecimentos que viram Fernanda Lages momentos antes de sua morte também foram ouvidos. Eles estavam no mesmo carro e descreveram situações diferentes. “O primeiro vigilante relatou que viu duas mulheres e um homem em frente à obra, mas após as sete passagens que fizemos constatamos que a história não cabia fisicamente no local era incompatível com o depoimento que ele forneceu”, disse o perito Marcelo.

Imagem: Francyelle Elias/ GP1Perito Marcelo(Imagem:Francyelle Elias/ GP1)Perito Marcelo

Imagem: Francyelle Elias/ GP1Versão do Vigilante A(Imagem:Francyelle Elias/ GP1)Versão do Vigilante A

Imagem: Francyelle Elias/ GP1Versão da testemunha A(Imagem:Francyelle Elias/ GP1)Versão da testemunha A

Já o segundo vigilante disse que viu apenas duas mulheres juntas e que pensava inicialmente que seria um casal de lésbicas e não deu detalhes sobre roupa ou rosto das pessoas porque disse que não deu muita atenção ao fato. “Nesse segundo depoimento ele conseguiu mostrar no local tudo o que ele realmente falou e constatamos através dos equipamentos que ele realmente falou a verdade e contou o que viu”, afirmou o perito.

Imagem: Francyelle Elias/ GP1Versão do segundo vigia(Imagem:Francyelle Elias/ GP1)Versão do segundo vigia

Instabilidade

Ao final, Maria da Conceição afirmou que Fernanda mudou muito durante os últimos seis meses antes de sua morte. “Desde a infância ela tinha uma elevação de humor, um déficit de atenção e concentração e busca de satisfação, mas durante os últimos meses a Fernanda começou a ter comportamento totalmente diferente do que vinha tendo ao longo de sua vida”, contou.

Para a psiquiatra, o divisor de águas na vida da estudante foram os sinais e sintomas de elevação de humor e o ganho do carro que ela chamava de “minha liberdade”. “Nesse período a Fernanda saiu da casa da tia e foi morar com dois amigos, reprovou em três matérias na faculdade, começou a sair todas as noites e beber muito, além disso, 45 dias antes da morte começou a relatar que estava ouvindo vozes e estava sendo perseguida. Ela estava vivendo altos e baixos”, afirmou.

Imagem: Francyelle Elias/ GP1Médica Maria da Conceição(Imagem:Francyelle Elias/ GP1)Médica Maria da Conceição

Segundo a médica, após análise dos prontuários médicos da estudante foi verificado que até o dia 24/08/2010 ela era virgem. "Mais uma vez essas mudanças do comportamente de Fernanda aparecem, ela era virgem até um ano antes de sua morte, mas durante os seis meses antes de sua morte ela começou a sair com vários homens, tinha relações com pessoas que mal conhecia, o que não condizia com seu comportamento anteriormente", disse.

Fernanda Lages apresentou crise de enxaqueca e precisou fazer uso de medicamento para controlar as dores. Nesse remédio, segundo Maria da Conceição possui um a substância que é antidepressiva e que pode ter aumentado ou contribuído para o desenvolvimento dessa ação suicida.

Segundo a médica, além do potencial suicida de Fernanda, também foi levado em conta o potencial suicida e destrutivo da pessoas que estavam intimamentes ligados a ela. " A partir dos depoimentos comprovamos que ela viveu episódios depressivos (transtorno bipolar do humor com episódio mistos), o abuso e/ou dependência de álcool, aliados a fatores precepitadores, estressores históricos e imediatos, refletem um quadro compatível com características de um suicídio, do ponto de vista psiquiátrico-forense".

Imagem: Francyelle Elias/ GP1Maria da Conceição(Imagem:Francyelle Elias/ GP1)Maria da Conceição

Curta a página do GP1 no facebook: www.facebook.com/PortalGP1

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.