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Piauí

Moradores acampam em Praça das Ações Comunitárias

Para a construção do terminal de passageiros quase 177 árvores deverão ser derrubadas.

A Praça das Ações Comunitárias está localizada no Parque Piauí, zona sul de Teresina, e é uma área de domínio de Mata atlântica com uma vegetação vasta. As árvores plantadas na praça são de valor sentimental para a população, mas poderão ser derrubadas devido à decisão da Prefeitura de Teresina de construir um terminal para os passageiros do transporte coletivo da capital, no local.
Imagem: Renayra de Sá/GP1Movimento na Praça das Ações Comunitárias(Imagem:Renayra de Sá/GP1)Movimento na Praça das Ações Comunitárias
Como protesto membros de associações ambientais e moradores de bairros da capital se mobilizaram e estão acampados na praça desde a última sexta-feira(02). Para a construção do terminal de passageiros quase 177 árvores deverão ser derrubadas.

Segundo dona Maria Júlia da Conceição Silva de 69 anos, que mora em frente à praça, o local é de lazer da população e ela ajudou a “criar” todas as plantas do local. Para a idosa a decisão é cruel e o espaço poderia ser utilizado para a construção de um local para realização de práticas esportivas, bem como para desfrutar de um ambiente com um clima agradável devido as grandes e floridas árvores da praça, sem causar danos ambientais.
Imagem: Renayra de Sá/GP1Dona Maria Júlia (Imagem:Renayra de Sá/GP1)Dona Maria Júlia
“Ajudei a plantar e criei. Aguava, varria, capinava, botava o lixo nos carros. Todos os dias eu fazia isso, não faço mais por conta de um problema na coluna. Eu acho que o [prefeito] Firmino Filho nunca nem pisou aqui, e agora o que ele quer fazer com a gente é tirar a praça. O que ele poderia fazer seria uma academia para nós, uma brincadeira para as crianças. Isso ele não faz”, criticou.

A advogada Monna Vaz, que está acampada desde o primeiro dia de protesto, diz que o movimento não é contrário à questão de mobilidade urbana e tampouco a melhoria do transporte coletivo da capital. O que os manifestantes querem é um diálogo entre a população e a prefeitura.

“A questão é que o projeto foi construído de uma forma antidemocrática, não houve participação da população, não houve uma consulta prévia. O que a gente quer é alargar o debate e que haja uma audiência pública onde a população seja convocada em massa e de forma democrática para que sejam discutidas as melhores soluções. Para um projeto de grande impacto como esse tem que ser feito um licenciamento e estudo de impacto ao meio ambiente. Não é só uma pesquisa de opnião, tem que ter consulta prévia audiência pública e seguir todo um processo que é estabelecido no plano de mobilidade urbana nacional e estatuto das cidades, e não foi o que aconteceu”, destacou.
Imagem: Renayra de Sá/GP1Monna Vaz (Imagem:Renayra de Sá/GP1)Monna Vaz
Segundo a advogada os danos causados pelo desmatamento das 177 árvores da praça serão ambientais e psicológicos, pois o local faz parte da memória dos moradores. “O impacto ambiental é enorme. Com a colocação de concreto haverá uma elevação de calor muito grande e os tapumes que foram colocados estão agredindo a população idosa, por meio de poluição visual. E sem contar com agressão psicológica que as pessoas que estão acostumadas com a praça vão sofrer, porque isso tudo faz parte da vida das pessoas que moram aqui. Tem gente que hoje já é falecido que plantou e regou cada uma dessas árvores. Então, essa praça tem a ver com a memória da população local, como lazer, entretenimento, local de reunião e encontro da comunidade. Esse lugar não é só importante apenas por conta do ambiente, é também devido à memória da população local”, destacou.

Sobre o posicionamento de compensar com a plantação de árvores em outros locais da cidade, a população afirma que essa atitude não mudará o prejuízo que eles sofrerão com a perda da praça. “Essa compensação ambiental é feita em longo prazo, primeiro as árvores não serão replantadas aqui, porque não terá lugar, e se não serão replantadas aqui essa compensação vai ser reduzida. Não será a população daqui que vai se beneficiar, claro que a climática é global, mas temos que pensar no local. Essa área é um domínio de mata atlântica, é uma região que deveria ser protegida porque é um patrimônio. Será um dano gravíssimo, que para ser reparado, demorará muitos anos”, disse a advogada.

A assessoria jurídica do movimento ingressou com uma Ação Popular com pedido de liminar para embargar a obra, e entrou em contato com a defensoria púbica e o Ministério Público do Estado para dialogarem sobre o caso.

Abraço Coletivo

Amanhã (07), às 17 horas, na Praça da Ações Comunitárias, acontecerá o Abraço Coletivo, onde a população teresinense poderá colaborar com diálogos que proponham alternativas de preservação do local, bem como para a construção do terminal. “A gente que unir forças para discutir soluções viáveis. Em nenhum momento queremos fazer baderna ou bagunça, o que queremos é construir uma ideia viável para o município de Teresina, para não prejudicar o nosso meio ambiente”, disse a advogada Monna Vaz.

Imagem: Renayra de Sá/GP1Movimento na Praça das Ações Comunitárias(Imagem:Renayra de Sá/GP1)Movimento na Praça das Ações Comunitárias
Imagem: Renayra de Sá/GP1Movimento na Praça das Ações Comunitárias(Imagem:Renayra de Sá/GP1)Movimento na Praça das Ações Comunitárias
Imagem: Renayra de Sá/GP1Movimento na Praça das Ações Comunitárias(Imagem:Renayra de Sá/GP1)Movimento na Praça das Ações Comunitárias
Imagem: Renayra de Sá/GP1Movimento na Praça das Ações Comunitárias(Imagem:Renayra de Sá/GP1)Movimento na Praça das Ações Comunitárias
Imagem: Renayra de Sá/GP1Movimento na Praça das Ações Comunitárias(Imagem:Renayra de Sá/GP1)Movimento na Praça das Ações Comunitárias
Imagem: Renayra de Sá/GP1Movimento na Praça das Ações Comunitárias(Imagem:Renayra de Sá/GP1)Movimento na Praça das Ações Comunitárias
Imagem: Renayra de Sá/GP1 Movimento na Praça das Ações Comunitárias(Imagem:Renayra de Sá/GP1 )Movimento na Praça das Ações Comunitárias
Imagem: Renayra de Sá/GP1 Movimento na Praça das Ações Comunitárias(Imagem:Renayra de Sá/GP1 )Movimento na Praça das Ações Comunitárias
Imagem: Renayra de Sá/GP1 Movimento na Praça das Ações Comunitárias(Imagem:Renayra de Sá/GP1 )Movimento na Praça das Ações Comunitárias
Imagem: Renayra de Sá/GP1 Movimento na Praça das Ações Comunitárias(Imagem:Renayra de Sá/GP1 )Movimento na Praça das Ações Comunitárias
Imagem: Renayra de Sá/GP1 Movimento na Praça das Ações Comunitárias(Imagem:Renayra de Sá/GP1 )Movimento na Praça das Ações Comunitárias
Imagem: Renayra de Sá/GP1 Movimento na Praça das Ações Comunitárias(Imagem:Renayra de Sá/GP1 )Movimento na Praça das Ações Comunitárias
Imagem: Renayra de Sá/GP1 Movimento na Praça das Ações Comunitárias(Imagem:Renayra de Sá/GP1 )Movimento na Praça das Ações Comunitárias
Imagem: Renayra de Sá/GP1 Movimento na Praça das Ações Comunitárias(Imagem:Renayra de Sá/GP1 )Movimento na Praça das Ações Comunitárias
Imagem: Renayra de Sá/GP1 Movimento na Praça das Ações Comunitárias(Imagem:Renayra de Sá/GP1 )Movimento na Praça das Ações Comunitárias


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