"Não contem com renúncia", diz Dilma em entrevista à BBC

Durante entrevista à BBB na última quarta-feira (4), a presidente Dilma Rousseff disse que seu vice, Michel Temer, não tem popularidade e que o impeachment é uma maneira de colocar pessoas sem legitimidade ao poder.

Dilma reafirmou que o impeachment é um golpe parlamentar que usurpa o poder no Brasil. "O que acontece num golpe parlamentar? Na prática, geralmente, (são feitos por) aqueles que não têm votos suficientes e, portanto, legitimidade suficiente, nem aprovação, nem popularidade suficientes", disse.

A petista disse que não irá renunciar e continuará lutando pra voltar ao governo. "O que nós iremos fazer é resistir, resistir e resistir. E lutar para quê? Para ganhar (o julgamento) no mérito e retornar ao governo", disse.

"Eu não temo porque eu não devo nada. E por isso eu sou extremamente incômoda, porque eu sou uma pessoa que seria melhor que renunciasse. Porque, se eu renuncio a prova viva de que há um golpe, de que foi cometida uma injustiça, de que tem uma pessoa que está sendo vítima porque é inocente, desaparece. Não contem com isso porque eu não vou renunciar", continuou.

Dilma comentou a possibilidade de não ser presidente durante as Olimpíadas do Rio, em agosto, já que Temer “ursurpa seu cargo”. "Não há certeza se eu comparecerei como presidenta ou não, mas o mero temor de não ser eu, ser uma pessoa que usurpa o meu lugar, é que dá essa sensação de tristeza e injustiça", disse.

Na entrevista, a petista disse não temer as investigações. "Eu aceito qualquer forma de investigação porque tenho certeza que sou inocente. Então, não será por conta de investigação (que não voltarei à Presidência). Não há o menor problema. A mim, podem investigar", afirmou.