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Números da prostituição infantil no Piauí chocam deputados e autoridades em audiência pública

O debate sobre os dados fornecidos pelos representantes das entidades começou logo quando a delegada da Infância e da Adolescência expôs as carências do órgão sob sua direção.

Ontem (18), durante audiência pública, realizada na Assembleia Legislativa, para discutir o problema da exploração sexual de crianças e adolescentes no Estado, vários dados trazidos mostraram a precariedade da assistência às vítimas e de prevenção do problema. O presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais do Piauí, inspetor Tony Carlos, revelou informações chocantes sobre o aviltamento de crianças e adolescentes, quando é constatado que cada prática sexual tem preços com fração 99, como se fosse mercadoria em liquidação.

O debate sobre os dados fornecidos pelos representantes das entidades começou logo quando a delegada da Infância e da Adolescência expôs as carências do órgão sob sua direção. As deputadas Margarete Coelho (PP) e Juliana Moraes Souza (PMDB) não escondiam sua indignação. Na avaliação da deputada Margarete Coelho, que presidiu a audiência, o debate foi a que reuniu maior número de parlamentares, aos quais ela agradeceu. Os que chegaram por último foram João de Deus e Firmino Filho.

Segundo o inspetor, a situação mais grave é constatada no Pará, onde uma equipa da Polícia Rodoviária foi abordada por uma adolescente que ofereceu seu corpo por R$ 3.99, assim mesmo por se tratar de pessoas que ganham bem. O preço comum é R$ 1,99. Ele disse que no Pará existe pelo menos uma adolescente prostituta em cada parada de ônibus e que Teresina marcha para isso.

O inspetor definiu como pontos vulneráveis à prostituição infanto- juvenil aqueles locais onde carros param à noite, como postos de gasolina e bares de beira de estrada. Ele disse que atualmente existe semana dedicada a tudo, menos ao combater à prostituição de menores. Segundo Tony Carlos o trabalho social da Polícia Rodoviária Federal só não é mais intenso devido ao grande número de acidentes que é preciso ser acompanhado. Também os agentes não chegam ao Sul do Estado, pois o último posto na região em Floriano.

A Delegada da Infância e da Adolescência, Rejane Piauilino, foi bastante solicitada a informar sobre as condições de seu trabalho, sobretudo para apurar um caso recente de violência contra uma criança de três anos na periferia de Teresina. Ela revelou a falta de estrutura da Delegacia, sobretudo para fazer os exames comparativos de DNA. Nos casos de marcas de espermatozóide nas vítimas, ela informou que o exame é feito na Maternidade Evangelina Rosa, e que o resultado sai de imediato. O DNA é que não se faz no Piauí. Ela disse que contou com a colaboração da Polícia Federal, que coletou o material e vai se encarregar do exame, cujo resultado não sai de imediato.

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