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Política

Perito detecta 'cortes' em gravação entre Temer e Joesley

O perito disse que encontrou 14 trechos de possíveis edições entre os 14.º minuto e o 34.º minuto do áudio.

Nessa sexta-feira (19), o perito extrajudicial e judicial Marcelo Carneiro de Souza afirmou ao jornal O Estado de São Paulo, que identificou “fragmentações” em 14 momentos na gravação da conversa entre o presidente Michel Temer e o empresário e dono do Grupo JBS, Joesley Batista. Segundo o perito, essas ‘fragmentações” são pequenos cortes de edição no áudio.

A suspeita foi levantada pelo advogado criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira sobre a integridade do material. Segundo Mariz, o governo tem “informações seguras” sobre a existência de adulterações e montagens no áudio “soubemos que a fita foi editada e isso é gravíssimo”, afirmou Mariz ao Estado.

O detetive Souza disse que fez um exame preliminar no áudio e não encontrou cortes entre o 6º e o 12º minutos, o intervalo de tempo em que se falou sobre o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Para se chegar a uma conclusão definitiva, é necessário analisar o material onde a mídia foi armazenada, nesse caso, o gravador. Verificar se esse material foi devidamente acondicionado ou se, por exemplo, ficou largado em algum local que poderia danificá-lo. Precisaria fazer uma transcrição fiel. E, para ter certeza da identidade dos dois locutores, o ideal ainda seria fazer um exame de confronto de voz”, disse Souza.

  • Foto: Estadão ConteúdoJoesley Batista e Michel TemerJoesley Batista e Michel Temer

Porém, entre os 14º minutos e o 34º minutos do áudio, o perito disse que encontrou 14 trechos de possíveis edições. “Na despedida dos dois, inclusive, há um corte grotesco, que um amador poderia perceber”, disse o perito.

Ricardo Molina, perito e professor da Unicamp, disse não ter ouvido o áudio inteiro, mas criticou outros pontos, como a mudança no nome do arquivo original. “Não é saudável trocar o nome do arquivo justamente para saber de qual gravador saiu”, afirmou Molina.

Mariz preferiu a cautela quando foi questionado se o “corte” de algum trecho da conversa teria sido feito pela Procuradoria-Geral da República. “A perícia vai nos dar indícios tanto sobre a edição quanto sobre a autoria. Quando soubermos, não teremos escrúpulos em denunciar”, declarou o advogado.

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