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Plantação de Uvas muda a vida de agricultores no município de São João do Piauí

Durante o período de desenvolvimento das videiras, cada família envolvida no projeto recebia um salário mínimo por mês.

Quem apostou no sucesso dos parreirais do assentamento Marrecas, na zona rural do município de São João do Piauí, a 450 quilômetros ao Sul de Teresina, já começa a mudar de vida. A família de Antônio Valdivino, por exemplo, com as três colheitas dos últimos 12 meses deverá alcançar um lucro de R$ 42 mil.

Valdivino, 68 anos, é o pioneiro no cultivo de uva no sertão do Piauí e lidera uma das três famílias responsáveis pelos dois hectares que serão colhidos entre os dias 13 e 15 de janeiro, durante a realização do 3º Festival da Uva de São João do Piauí, promovido pelo Governo do Estado.

Durante o período de desenvolvimento das videiras, cada família envolvida no projeto recebia um salário mínimo por mês pago pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), que montou toda estrutura do parreiral em parceria com o governo estadual. A Codevasf se manteve na administração até 2010, quando as plantações passaram para a responsabilidade dos próprios agricultores.

"Antes eu plantava algodão em terra alheia, cheia de pedras, e vivia de incertezas. Primeiro foi a seca, depois uma praga de bicudo acabou com a plantação e fiquei sem nada", conta Antônio Valdivino, que chegou à localidade Marrecas no final dos anos 80, rante a invasão da área organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Depois da primeira colheita, em 2007, ele passou o comando do parreiral para o filho.

"Nossa vida mudou muito", confirma Maria José Nascimento, presidente da Associação de Produtores Irrigantes de Marrecas, ela própria uma recém-convertida ao cultivo da uva. Segundo ela, a maioria dos assentados vivia e trabalhava em terras alheias, sendo obrigado a entregar ao proprietário parte do que conseguiam colher. Maria José passou a cultivar uva há três anos e já tem a convicção de quem encontrou o que tanto procurava: “A uva não largo mais”.

Outro que entrou no ramo do cultivo de uva foi o agricultor Tomaz Ribeiro, também dono de plantações de mamão, goiaba e banana. Em três anos e três colheitas numa pequena área de 0,7 hectares já colheu mais de 6 mil quilos da fruta. Em abril deste ano, ele espera colher outros 6 mil quilos e recuperar os R$ 11 mil investidos.

"Com o passar do tempo, o parreiral vai aumentando sua produtividade. Isso ocorre por um período aproximado de quarenta anos. É um bom investimento", garante.

A uva de São João do Piauí é a chamada uva de mesa, que é mais doce e mais saborosa. O doce mais acentuado se deve às 2,4 mil horas de sol a mais que o Semiárido piauiense oferece em relação às regiões do Sul do Brasil, por onde foi introduzido o cultivo da uva no Brasil.

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