Em entrevista ao GP1, o secretário de Estado da Fazenda do Piauí, Rafael Fonteles, se manifestou a respeito da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 241, que congela os gastos públicos o governo por 20 anos. Bastante discutida, a proposta tem causado uma mobilização nacional de pessoas e movimentos que se colocam contra projeto.
Rafael Fonteles acredita que, em determinados momentos, o governo necessita limitar os gastos, mas não concorda com a maneira que está sendo estabelecida essa moderação. “A medida de controle de gastos é benéfica, mas a PEC, da forma que está sendo colocada, tem um efeito recessivo muito grande. Pode controlar as despesas por um lado, mas pode diminuir a arrecadação no curto prazo, então realmente tenho muito receio que ela venha aprofundar a recessão, fora as questões sociais, a saúde e a educação, tem que se ponderar para que os cortes não sejam nessas áreas”, declarou.
- Foto: Lucas Dias/GP1Rafael Fonteles
Questionado sobre outras possibilidades para a saída da crise econômica, o secretário avaliou que os gastos com a dívida pública precisam ser repensados. “O principal debate que deve ser feito é que não se pode aceitar que mais de metade do orçamento federal seja gasto com pagamento de juros. Eu não posso sacrificar todas as despesas em nome de uma única despesa chamada juros e amortização da dívida pública, esse é o debate que não está sendo travado, que mecanismos o governo está propondo. Tudo bem que no primeiro momento o ajuste fiscal seja necessário, mas nossa preocupação é que isso não signifique a recessão nem o corte na área de saúde e educação, que são as áreas prioritárias de qualquer governo”, finalizou.
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