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"Se eu descobrir que existe alguma sacanagem por trás, não vai prestar não", dispara Robert Rios

"A Polícia Federal não tem competência constitucional, nem atribuição para investigar o Poder Legislativo", disse o secretário em entrevista ao Portal GP1.

Na noite de segunda-feira (16) o jornalista e colunista do Portal GP1 João Carvalho publicou, com exclusividade, em sua coluna (CLIQUE AQUI) que no último final de semana um homem se dizendo ser da polícia disse, em um restaurante, “que vários deputados estaduais do Piauí estão prestes a serem presos numa operação da Polícia Federal nos moldes da realizada em Alagoas”.

“Segundo o falastrão, a investigação, que deveria correr em segredo de Justiça, já quebrou o sigilo bancário, telefônico e fiscal de mais de uma dezena de deputados estaduais e que em breve devem desembarcar em Teresina uma centena de policiais federais para prender os tais deputados estaduais”, diz trecho da coluna do jornalista.

Durante sessão na Assembleia Legislativa do Piauí de ontem (17) o deputado Ismar Marques (PSB) sugeriu a criação de uma comissão para obter mais informações sobre a investigação. O presidente da Casa, Themístocles Filho, atendeu o pedido do parlamentar e criou a Comissão.

Imagem: DivulgaçãoDesembargador Haroldo de Oliveira Rehem, vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral no Piauí(Imagem:Divulgação)Desembargador Haroldo de Oliveira Rehem

Sobre o assunto, na manhã de hoje (18) surgiram novas informações. De acordo com reportagem do Diário do Povo sete deputados estão sendo investigados, são eles: Themístocles Filho, Antônio Uchoa, Mauro Tapety, Kleber Eulálio, Robert Rios, Flora Izabel e Ana Paula.

Secretário de Segurança

A reportagem do GP1 entrevistou o secretário de Segurança Robert Rios sobre o nome dele aparecer na lista dos investigados pela Polícia Federal.
Imagem: ReproduçãoClique para ampliarScretário Robert Rios(Imagem:Reprodução)Secretário Robert Rios

“Primeiro que meu nome não aparece na lista, ele enfeita a lista. Se tiver alguma razão fática para essa investigação não tem nenhum problema. Todo cidadão é passível de uma investigação. Agora, se eu descobrir que existe alguma sacanagem por trás, aí não vai prestar não”, disparou o secretário.

Robert disse ter ficado pasmo ao saber da investigação: “Eu estou pasmo, como toda população. Agora, meu questionamento é o seguinte, não tem nenhum valor que seja pago a um parlamentar que também não seja pago aos outros, o que um recebe todos os outros recebem também, então porque investigar só sete? Será que existe alguém protegendo os outros?”, questionou Robert.

Sobre a investigação ter sido desencadeada pela Polícia Federal, Robert afirmou que: “A Polícia Federal não tem competência constitucional, nem atribuição para investigar o Poder Legislativo”.

Rios afirmou também não temer as quebras dos sigilos, fiscal, telefônico e bancário. “Não tenho nenhuma preocupação quanto às quebras dos meus sigilos, agora fico preocupado com a quebra do sigilo telefônico, por que eu sou chefe da segurança pública e assim como a Polícia Federal deixou vazar uma operação que eles realizavam, por um policial bêbado numa mesa de um bar, eles podem colocar em risco centenas de operações que estão sendo formatadas pelas polícias civil e militar”, explicou.

Para o secretário, as diligências requeridas pela Polícia Federal “são no mínimo temerosas, porque elas não dizem exatamente o que está sendo investigado e deixa transparecer que resolveu bisbilhotar a vida dos parlamentares”.

Hoje, Robert disse que vai enviar ofício ao Desembargador Haroldo Rehem solicitando que cesse imediatamente sua quebra de sigilo telefônico, por que não faz qualquer sentido a operação da Polícia Federal e ainda põe em risco todas as operações das polícias. “Vou pedir também todas as peças dos autos constituídos pela Polícia Federal, Ministério Público Estadual e Poder Judiciário e que suspenda o sigilo das investigações para que toda população possa conhecer o inteiro teor delas. Por que envolve homens públicos, que vivem do crédito público e não podemos ter o nosso crédito abalado”, relatou.

Robert disse que também vai enviar ofício ao governador Wilson Martins para denunciar que a competência da Polícia Federal Judiciária do Estado do Piauí garantido pela Constituição Federal foi inopinadamente quebrada, sem nenhuma razão jurídica que a autorizasse. “Estou ainda oficiando ao senhor governador Wilson Martins para que leve o caso ao Ministério da Justiça, à direção da Polícia Federal e aos demais poderes para que seja garantido ao Estado do Piauí, o seu livre exercício de polícia. Por último lamentamos que feridas mal cicatrizadas no passado estejam gerando tanto sentimento pessoal mórbido. A boa Justiça é aquela que não se afasta das diretrizes”, finalizou.
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