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Se eu for condenado, não vale a pena ser honesto no Brasil, diz Lula

O ex-presidente fez a declaração durante entrevista à rádio Itaiaia na manhã desta terça-feira (27).

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em entrevista à rádio Itaiaia, em Minas Gerais nesta terça-feira (27), que se ele for condenado na Lava Jato “não vale a pena ser honesto no Brasil”.

Ao ser questionado sobre uma possível condenação em uma das ações penais que está nas mãos do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos relativos à Operação Lava Jato em primeira instância, o ex-presidente Lula afirmou mais uma vez ser inocente. "Eu, sinceramente, se, tiver uma decisão que não seja a minha inocência, sabe? Eu quero dizer para você que não vale a pena ser honesto neste país. E quero dizer que não vale a pena você ser inocente, porque ser inocente é você não dar aos acusadores o direito de prova, então, eles ficam nervosos e vão te acusar mesmo que não tenha provas”, disse.

“Desafio o MPF a provar que o apartamento é meu, que tem um documento, que tem um centavo, que tem R$ 1, que tem um documento assinado, que tem alguma coisa no cartório. Ou seja, eu continuo desafiando o Ministério Público a apresentar uma prova”, acrescentou.

  • Foto: Eduardo Frazão/FramePhoto/EstadãoConteúdoEx-presidente LulaEx-presidente Lula

Lula comentou ainda a sentença dada ao ex-ministro Antônio Palocci, condenado a 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. "Palocci foi condenado ontem e não tem nenhuma prova a não ser a delação. Então, fica palavra contra palavra e a pessoa não pode ser condenada por isso”.

O ex-presidente disse também que a "delação não pode ser avacalhada" e falou que "fomos nós que a criamos". "A delação não pode ser avacalhada. É um instrumento sério, que fomos nós que aprovamos, nós que criamos, e não pode ser avacalhada, de o cidadão dizer: 'olha, foi fulano de tal', sem ter nenhuma prova", concluiu.

A sentença em uma das ações penais em que Lula é réu pode ser dada a qualquer momento pelo juiz Sérgio Moro, que está com os autos do processo desde o dia 21 de junho, para decidir se o ex-presidente é culpado ou inocente.

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