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Teresina - Piauí

Coronel Carlos Frederico é denunciado ao Ministério Público Federal

"Para nós, essa atitude de poder está imoral, ele está dando mal exemplo para tropa”, disse o presidente da ABMEPI, capitão Anderson.

O capitão Marcelo Anderson, presidente da Associação dos Bombeiros e Policiais Militares do Estado do Piauí (ABMEPI), informou ao GP1 nesta segunda-feira (26), que o Coronel Carlos Frederico, comandante do Corpo de Bombeiros, foi denunciado ao Ministério Público Federal, por desvio de finalidade de recurso público.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Carlos FredericoCarlos Frederico

De acordo com informações repassadas pelo presidente da ABMEPI, pelo mesmo motivo uma nova denúncia foi protocolada no Tribunal de Contas da União, no dia 20 de fevereiro, com intuito de que as contas do Corpo de Bombeiros sejam fiscalizadas. “A denúncia é sobre aplicação de recursos federais, oriundos de um convênio que existe entre o Corpo de Bombeiros e o Governo do Estado que tem com a Infraero, e essas receitas dos recursos são carimbadas, ou seja, existe um plano de trabalho vinculado com o convênio, que estabelece qual a destinação dos recursos e por questão de má gestão o comandante [Carlos Frederico] estava aplicando os recursos em outras atividades fora da finalidade estabelecida legalmente”, explicou.

  • Foto: Divulgação/AscomCapitão Marcelo Anderson, presidente da Associação dos Bombeiros e Policiais Militares do Estado do Piauí (ABMEPI)Capitão Marcelo Anderson, presidente da Associação dos Bombeiros e Policiais Militares do Estado do Piauí (ABMEPI)

Um militar do Corpo de Bombeiros, que preferiu não ser identificado, procurou o GP1 e relatou que o comandante está há mais de 15 dias sem comparecer aos expedientes administrativos da corporação. O capitão Anderson também comentou sobre o fato. “Essa é uma prática constante dele. Ele não participa dos expedientes administrativos. Isso é notório, qualquer militar do Corpo de Bombeiros pode afirmar isso. Ele, inclusive, despacha da residência dele. Para nós, essa atitude de poder está imoral, ele está dando mau exemplo para tropa”, finalizou o presidente da associação.

A primeira ação foi protocolada no Ministério Público do Estado do Piauí no dia 18 de dezembro de 2017.

Outro lado

Procurado pelo GP1, o relações públicas do Corpo de Bombeiros, major Veloso, esclareceu que o coronel Carlos Frederico além dos compromissos internos no quartel, cumpre agenda externa, frequentemente, e garantiu que ninguém passa quinze dias fora do serviço.

“Na verdade o que acontece é que o comandante é um ente político e técnico, então ele tem que estar fora da unidade aqui do Corpo de Bombeiros, ele entra e sai de acordo com a necessidade, depende da agenda externa que ele tiver, ele pode demorar ou não. Então esse tempo dele de permanência no quartel está em função dessa agenda, tanto interna como externa. É uma denúncia até de certa forma vazia, pois se a pessoa não está conseguindo visualiza-lo aqui, teria que identificar qual foi a situação, por quinze dias com certeza ninguém aqui passa fora do quartel”, esclareceu.

Sobre a investigação de desvio de finalidade de recurso público, o major Veloso informou que todo gestor público tem que dar satisfação acerca dos gastos públicos, portanto, a investigação nada mais seria que um procedimento de praxe.

“Todo o recurso do estado ele tem uma gestão financeira, tem uma questão orçamentária que é do ano anterior, tem um processo, um rito, que é cumprido para aquela despesa, dessa despesa depois tem uma licitação ou um processo de empenho, de pagamento, então, tudo tem os trâmites próprios, que é destinado para aquilo ali, então, certamente, tudo que é feito tem esse vínculo com o que está na lei. Se há alguma dúvida, tem um procedimento, é um mecanismo de controle do estado a questão da investigação, isso aí é um processo normal que tanto o Tribunal de Contas do estado (TCE) como o da União, Ministério Público, nós devemos satisfação a todos eles. Isso faz parte de quem trabalha com recurso público ou é gestor público, tem que dar satisfação. Essa investigação nada mais é do que uma necessidade de prestação de contas, que é um rito normal como disse”, informou o major.

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