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Fim de ano: histórias de trabalhadores que fazem a magia acontecer

O GP1 reuniu três pessoas que passam os feriados e festas trabalhando em prol de outras pessoas.

O dia 25 de dezembro, que simboliza o nascimento de Jesus, traz consigo a imagem de famílias ao redor do mundo se reunindo para comemorar o Natal, uma época de celebração da paz e união, seguida pelo clima de transformação, mudança e desejo de prosperidade que caracterizam o Ano Novo. Em qualquer lugar, podemos ver as decorações, que encantam crianças, jovens, adultos e idosos, demonstrando mais uma vez que estar reunido torna tudo mais especial.

Olhando por outro lado, também é possível perceber que, ao contrário dessa grande maioria, há pessoas que acabam abdicando dessa reunião e dos momentos com a família para organizar as festas, proporcionando, dessa forma, uma experiência única ao público. Por isso, o GP1 reuniu três pessoas que atuam em diferentes áreas e acabam passando feriados e festas trabalhando em prol de outras pessoas. Um exemplo disso é o senhor Francisco Souza, que trabalha como garçom em um dos restaurantes mais badalados de Teresina.

Foto: ReproduçãoFrancisco Souza é motivado pela ideia de proporcionar momentos únicos ao público
Francisco Souza é motivado pela ideia de proporcionar momentos únicos ao público

Com a chegada das festividades, ele afirma que o trabalho se torna mais prazeroso, principalmente por poder proporcionar momentos inesquecíveis aos seus clientes. “Eu atuo há 22 anos, é uma coisa que eu amo, faço de coração, gosto muito de me envolver com o público. Trabalhar com pessoas e fazer elas felizes, proporcionar um momento único para elas é o que nos motiva. Primeiro fazemos as pessoas felizes, e depois, nós, como colaboradores, também confraternizamos”, relatou Francisco Souza.

Mesmo contente com o trabalho, a vontade de ficar com a família sempre vem à cabeça, e para ele, é um dos grandes desafios enfrentados durante as festividades. “Há um preparo emocional diário para desempenhar esse trabalho, e no fim de ano, é um momento desafiador, porém muito gostoso. Um dos principais desafios é saber que a gente tem que sair do nosso conforto, de perto da nossa família. É um momento de saudade, mas depois tudo é entendido”, conta o colaborador.

De forma semelhante, o motorista de aplicativo Humberto Santos conta que se organizar durante o período de festividades para se dedicar à família e também cumprir metas durante o trabalho. Mesmo sendo possível ele ajustar o próprio horário de trabalho, às vezes o compromisso fala mais alto, e ele acaba tendo que renunciar alguns momentos com a família.

Foto: Carolina Matta/GP1Humberto Santos, motorista de aplicativo
Humberto Santos, motorista de aplicativo

“Eu trabalho com aplicativo há três anos. Mesmo tendo a possibilidade de fazer meu horário, eu tento me organizar para não ficar tanto tempo longe da família, mas lógico que certas vezes você tem que cumprir metas, ou outros compromissos. Tudo isso eu faço pela família, principalmente para minha filha. Às vezes a gente fica com vontade de ficar em casa, mas nem sempre dá, tem que ser disciplinado para conseguir trabalhar nessa área”, destacou Humberto Santos.

Heróis e seres humanos

Durante a pandemia, os agentes de saúde eram vistos como heróis, em um momento que o tempo com a família também foi sacrificado em prol de um bem maior, de cuidar daqueles que mais precisavam. O tempo passou, e o cenário não mudou, porém, a afirmação hoje parece ser um pouco mais exagerada.

O enfermeiro Gilson Cantuário, atuante na assistência primária à saúde e doação de órgãos, traz consigo a afirmação de que, apesar da grandeza do trabalho, os trabalhadores são seres humanos, e que assim como qualquer outro, se empenham para proporcionar sempre o melhor. “As pessoas tendem a achar que somos super-heróis, mas somos seres humanos, adoecemos, cansamos, também temos problemas, e às vezes as pessoas esquecem isso. Também temos nossas fragilidades, mas sempre que a gente pode damos o nosso melhor, mesmo que as condições não sejam favoráveis, para servir a população e ajudar a salvar vidas”, indicou o enfermeiro.

Foto: Arquivo PessoalGilson Cantuário é um enfermeiro que trabalha com doação de órgãos
Gilson Cantuário é um enfermeiro que trabalha com doação de órgãos

Não é apenas no Natal e Ano Novo que o serviço se torna mais árduo. Acostumados com uma rotina cansativa, de dias e noites em claro, longe da família, Gilson esclareceu que isso demanda um preparo emocional adequado para os profissionais, e que o trabalho não deixa de dar lugar ao clima festivo e fraterno, características marcantes dessa época.

“Somos preparados emocionalmente para o exercício da nossa função, especialmente para passar noites e dias longe da família quando estamos no plantão, em datas comemorativas. Nossa formação tem como princípio básico a habilidade de trabalhar com as emoções, ética, atender as pessoas. Tradicionalmente [nos hospitais] nós fazemos comemorações, confraternizações, tentando trazer uma avaliação do ano que passou e trazendo uma expectativa de melhorar no ano seguinte. O espírito altruísta aparece muito, nós ficamos mais sensíveis, principalmente durante a época natalina, e esquecemos o ego, para reforçar a bondade e o empenho na nossa função”, detalhou Gilson Cantuário.

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