O pastor Romildo Ribeiro Soares, ou RR Soares, fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus e apresentador de programas evangélicos na televisão e no rádio, contou em depoimento à Polícia Federal que foi procurado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no primeiro semestre deste ano para tratar do aluguel de uma rádio na capital paulista. O líder religioso foi ouvido no final de julho no inquérito que apura a organização e o financiamento de atos antidemocráticos.
No depoimento, o pastor afirmou que o contato inicial foi feito por telefone, mas confirmou que os dois chegaram se encontrar pessoalmente no Rio de Janeiro.
“Conheci hoje o Missionário RR Soares e sua estrutura de comunicação que engloba livros, desenhos animados, TV por assinatura, telemarketing e programas de televisão que chegam a mais de 190 países. Agradeço a gentileza, o bom bate papo e a oração”, escreveu Eduardo nas redes sociais em 22 de abril.
Segundo RR Soares, o deputado pediu ajuda para encontrar uma rádio disponível para locação e disse que o interessado era um ‘amigo’, sem revelar detalhes ou sua identidade.
- Foto: EstadãoDepoimento
O pastor contou ainda que procurou pessoas do ramo para levantar valores e rádios disponíveis no mercado, mas que os executivos não demonstraram interesse no negócio. Um deles chegou a informar faturamento mensal de R$1 milhão, preço considerado inacessível por Eduardo, segundo o depoimento.
“Eduardo Bolsonaro disse que só tinha interesse na locação de uma rádio e não tinha esse valor para negociar a locação”, disse o pastor.
RR Soares afirmou ainda que, depois do encontro, chegou a tentar contato duas vezes com o filho do presidente, mas não teve retorno. Depois disso, esteve no Palácio do Planalto para entrevistar Jair Bolsonaro (sem partido) e, na ocasião, conheceu o Secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten, mas afirmou que os dois não conversaram sobre a concessão de rádios ou sobre o interesse de Eduardo na locação de rádio para um amigo.
COM A PALAVRA, O DEPUTADO FEDERAL EDUARDO BOLSONARO
A reportagem entrou em contato por e-mail com o deputado através de seu gabinete e advogado e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestações.
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