Vou fazer um paralelo entre seu banco e sua cidade. Seu banco tem uma preocupação com a jornada do cliente, ou seja, a experiência do cliente quando precisa tratar de algum assunto com a instituição financeira. Tudo hoje é possível na palma da mão, no seu celular ou computador.
O que a gestão do banco fez? Identificou todos os pontos de contato do cidadão com o banco, o que pode tornar o processo mais eficiente, prático e ágil, respeitando o que a pessoa tem de mais precioso: o tempo para fazer o que lhe dá prazer, diferente do poder público que roubar seu tempo para justificar a incompetência em não proporcionar uma jornada de soluções online.
O que falo é que não justifica mais, em pleno século XXI, em um mundo 5G, termos atendimento na prestação de serviços da época do mundo 2G. Quando você percebe que existe uma fila gigantesca para a resolução de um problema, isso mostra a incompetência e a falta de compromisso da gestão pública com o cidadão.
Os governos e prefeituras têm que mapear todos os pontos de contato (a hora da verdade) entre o cidadão e o órgão governamental, identificar os gargalos e partir para corrigir os erros, passando de momentos de insatisfação para encantamento. As soluções estão aí no mercado. Quando a prefeitura recebe uma reclamação de um buraco na rua, por que não dá uma devolutiva sobre quando vai resolver por whatsapp? Depois, deveria mandar fotos do trabalho executado e uma pesquisa de satisfação.
Quanto pode ser melhorado nas áreas de saúde, educação, zeladoria, mobilidade, segurança, infraestrutura, iluminação e burocracia? Por que temos que conviver com a ineficiência e incompetência do poder público? A propaganda da prefeitura ou governo tem como prioridade mostrar o que o órgão público disponibiliza de ferramentas para melhorar a experiência do cidadão.
Na área da saúde, por exemplo, uma pessoa consegue acessar vacinas, exames, consultas, internações, entre outras informações médicas, por meio de um aplicativo para smartphone? Assim como agendar e receber lembretes sobre a próxima consulta, tudo com hora marcada?
No trânsito caótico em que vivemos, justifica não termos semáforos inteligentes? Por fim, cidades inteligentes são cidades eficientes, conectadas, sustentáveis e de inovações tecnológicas. Os projetos dessas cidades buscam proporcionar um ambiente urbano que promova o desenvolvimento humano, use os recursos naturais de forma sustentável e impulsione a economia local.
De acordo com o relatório "Cities in Motion", elaborado pelo IESE Business School (Universidade de Navarra, Espanha), existem nove indicadores de inteligência urbana. São eles:
1. Capital humano — estratégias para o desenvolvimento pessoal e profissional dos moradores, com foco na promoção de educação de qualidade e repertório científico e cultural;
2. Coesão social — diz respeito ao senso de “pertencimento” da população, proporcionado por iniciativas como o desenvolvimento comunitário, a acessibilidade e o combate ao preconceito;
3. Economia — trata-se das ações de incentivo à economia local, à criação de planos industriais estratégicos e ao estímulo ao empreendedorismo;
4. Governança — esse indicador mede a eficácia da intervenção estatal na cidade, observando como se dá a gestão de recursos, a transparência e a ética governamental;
5. Meio ambiente — a responsabilidade ambiental é um dos pilares das smart cities, portanto, são valorizadas iniciativas que ajudam a conter problemas ambientais e a garantir a sustentabilidade no uso de recursos;
6. Mobilidade — a mobilidade urbana eficiente e bem-planejada otimiza a qualidade de vida da população, além de se relacionar com as preocupações com o meio ambiente;
7. Planejamento urbano — entram nesse parâmetro as soluções para a conectividade e autossuficiência dos bairros, o planejamento de infraestrutura, o sistema de gestão de resíduos e a distribuição de energia, entre outros;
8. Reconhecimento internacional — refere-se aos planos estratégicos de turismo e à infraestrutura para a promoção do reconhecimento internacional da cidade;
9. Tecnologia — por fim, as smart cities têm a tecnologia como carro-chefe, já que o desenvolvimento tecnológico proporciona soluções para sustentabilidade, segurança pública, desenvolvimento humano etc.
José Trabulo Júnior - Publicitário, criador da X Conexões Estratégicas.
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*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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