O ex-presidente Michel Temer lamentou a falta de “pacificação” que persiste no Brasil e jogou parte da responsabilidade nas costas do presidente Lula, o atual chefe do Executivo, durante entrevista ao veículo de comunicação O Estado de São Paulo, veiculada neste domingo (12).

“Faltou ação. [...] [Eu achei que] ele declararia: ‘eu vou pacificar o país’, o que significa que você vai governar para todos os brasileiros. Não significa que não haverá divergência”, disse Temer.

Michel Temer dá sequência dizendo que faltou “vontade política” e que Lula é o principal responsável por fazer o nome de Jair Bolsonaro continuar aparecendo na mídia. “Acho que faltou talvez um pouco de vontade política de um lado e de outro lado. Como o Brasil já estava radicalizado, houve agressão de todos os lados. Digo sempre: o presidente Lula vive falando do presidente [Jair] Bolsonaro. Ele é quem mais divulga o presidente Bolsonaro. Imagina se eu fosse fazer isso no meu governo, quando as pessoas me criticavam… E se eu ficasse: ‘Mas a ex-presidente, a ex-presidente…’ Eu não dizia nada. Eu ia tocando o governo”, disse o ex-presidente.

Por fim, Temer também falou da atual oposição ao Governo Federal, dizendo que a ala deveria contribuir para governar, mas que frequentemente adota uma posição de confronto em vez de oferecer críticas construtivas: “Aqui no Brasil nós temos a ideia de que cada governo que chega precisa destruir os governos anteriores, tanto que o vocábulo ‘herança maldita’ se incorporou ao vocabulário político do país”, ressaltou o ex-presidente.