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Conforme os noticiários, o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Jr., usou influência para liberar contrabando do chinês Li Kwok Kwen, apontado pela Polícia Federal como o chefe da máfia chinesa em São Paulo. E mais: é também acusado de fazer lobby em favor de genro em emprego público.

Aonde vamos chegar com a imoralidade pública, quando servidores graduados, desempenhando altos cargos e com respaldo na esfera política, maculam a imagem de seriedade dos organismos, com práticas condenáveis e impróprias de agentes representantes da União? Isso é o resultado da força política do poder, que protege e distribui cargos públicos para seus amigos e parentes. A verdade verdadeira é que "pessoas de bem" dificilmente terão seus nomes envolvidos em práticas irregulares. Poderá até haver erros, mas serão raros. E o pior é que praticam não só um caso (crime), mas vários.

E as amizades com o tal de Li? Ah! Já eram antigas da família. Mas continuaram? Bem, diz o velho e irônico dito popular: "Diz-me com quem andas que te direi quem és." E as gravações revelando interferência do secretário Tuma Jr. a favor de "namorado" da filha para ser aprovado em concurso público, mostradas no Jornal Nacional?

Por que o cidadão Romeu Tuma Jr., Secretário Nacional de Justiça, com toda a educação que recebeu de seu pai, senador Romeu Tuma, tenha tido um comportamento tão condenável? Só podem ser como causas o status de que desfruta, o egocentrismo ou a ostentação do poder. Torço para que tudo não passe de um grande equívoco para o conforto de seu pai.

A verdade é que as forças ocultas existem e dão proteção àqueles que cometem todo o tipo de corrupção ou irregularidade no País. Sem a retaguarda de apoio criminoso de pessoas influentes nos poderes da Nação, as atividades ilícitas de qualquer cidadão não prosperariam. Assim, não é mais surpresa a descoberta de figurões políticos por trás de tudo isso. Uma vergonha. E ainda se acham melindrados, com explicações esfarrapadas, quando a mídia faz a notícia. Triste Brasil de homens públicos corruptos. Num País sério, o senhor Tuma Jr. seria imediatamente afastado de suas funções, para preservar a imagem da instituição e apuração dos fatos. Mas, neste governo, lamentavelmente, ninguém é afastado por denúncias graves.

O presidente Lula já disse que se deve respeitar a folha de serviços prestados pelo secretário Tuma Jr. Ele não é uma "pessoa comum". Realmente, não é. As pessoas comuns e de bem não têm os seus nomes envolvidos em falcatruas ou em outras irregularidades.

*Julio César Cardoso/Bacharel em Direito e servidor federal aposentado

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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