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A notícia está na imprensa de todo o mundo, inclusive nos jornais brasileiros, desde segunda-feira passada, e a Associação Mundial de Jornais reagiu com preocupação, ao anúncio de que o Google e o Yahoo!, duas potências da nova mídia, estão juntando forças para a captação de publicidade.

Até representantes da União Européia se manifestaram contrários à aliança, que pode significar um golpe mortal nas receitas da mídia tradicional.

Justamente agora que os jornais estava aprendendo a ganhar dinheiro na internet, a possibilidade de ser criada uma super-rede capaz de sugar a maior parte da receita de publicidade em todo o mundo assombra aqueles que saíram atrasados na corrida tecnológica.

O acordo entre Google e Yahoo! pode ser considerado ilegal na Europa, mas as duas companhias já anunciaram que pretendem fazer o teste inicialmente nos Estados Unidos e Canadá, o que não quer dizer absolutamente nada, uma vez que a internet é a mídia global por excelência.

Empresas que estudam o mercado de mídia prevêem um grande crescimento da receita de publicidade na internet, especialmente na América Latina.

O impacto pode atingir fortemente os grandes jornais, que têm boa parte de seus lucros gerados por anúncios classificados, uma fonte cada vez mais apropriada pelos sites de busca e redes de relacionamento online.

O grande lance de propaganda na internet são os vídeos curtos em alta definição, que podem ser produzidos por câmeras semi-profissionais e impulsonam os negócios entre pessoas.

Mas grandes empresas também estão aderindo ao formato, com produções curtas para aparelhos móveis.

No Brasil, o banco Itaú está enviando a partir desta semana um filme de campanha institucional para quem possui o iPhone.

Nada mais impede que o modelo seja multiplicado para todos os tipos de aparelhos telefônicos com acesso a banda larga.

Esse modelo deve crescer exponencialmente, tirando receita da televisão e da mídia impressa.

O futuro já chegou, e agora a imprensa tradicional tem que correr para não perder o bonde da História.

Mas, pelas primeiras reações, a principal medida parece que vai ser pedir a proteção do Estado.

Vinte anos da constituinte

Dentro de pouco mais de quinze dias, o Brasil deve comemorar duas décadas da Constituição que reorganizou o Estado democrático.

Nesse período, muitas promessas ficaram na gaveta.

Luiz Egypto, editor do Observatório da Imprensa:

- Daqui a pouco mais de duas semanas serão comemorados os 20 anos da promulgação da Constituição de 1988, a chamada Constituição-cidadã, no histórico epíteto que lhe pregou o então presidente do Congresso Constituinte, o deputado Ulysses Guimarães.

Artigo de Venício Lima para a edição online deste Observatório [ver "A comunicação tem algo a comemorar?"] lembra as dificuldades que cercaram a inclusão do capítulo "Da Comunicação Social" no texto constitucional. E apresenta um inventário sobre o que foi feito dos princípios norteadores de uma comunicação mais democrática expressos na Carta Magna.

Os resultados são pífios. A falta de regulamentação da maioria dos artigos – e olha que houve vinte anos para que isso ocorresse – criou uma espécie de terra de ninguém na área da radiodifusão, com sérios reflexos no padrão de democracia que uma sociedade moderna exige. Um exemplo clamoroso é o Conselho de Comunicação Social, que demorou onze anos para ser instituído e há mais de um ano sequer se reúne. Outra lembrança digna de nota diz respeito ao Artigo 222, modificado em 2002 por meio de emenda constitucional para possibilitar mudanças no regime de propriedade das empresas de mídia. Neste caso, aprovação e promulgação deram-se a toque de caixa.

Regulamentar em definitivo o capítulo "Da Comunicação Social" será um grande avanço para o país. A democracia saberá agradecer.

 

fonte: blog Observatório no Rádio

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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