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Colunista Feitosa Costa
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Quadrilhas têm grupos para executar quem ousa romper "códigos"


As quadrilhas de traficantes que progressivamente estão impondo a sua "lei" nas principais áreas de Teresina formaram "grupos de execução" para eliminar seus integrantes ou dependentes que ousam romper seus códigos internos.

Esta foi a conclusão a que chegaram experientes policiais civis da cidade a partir das últimas execuções ocorridas na periferia, como a do estudante e usuário de drogas Tiago Rodrigues de Melo, de 21 anos, ocorrida às 21h40min da última segunda-feira, na estrada de União, logo depois do condomínio Aldebaran, já considerada uma área de "desova" e muito perigosa.

Investigação

Delegado de Polícia há 25 anos, formado em direito pela Universidade Federal do Ceará, pós-graduado em Segurança Pública pela Universidade Federal do Piauí, pai de três filhos com curso superior, ex-secretário de Segurança Pública, o delegado do 25º Distrito (Pedra Mole), Menandro Pedro Lopes da Luz, 56 anos de idade, não tem dúvidas de que as quadrilhas possuem "grupos de execução".

Menandro Pedro investiga, desde as últimas horas da noite de segunda-feira, 06, a morte de Tiago, e muito provavelmente já dispõe de alguns suspeitos a partir de informações obtidas no dia seguinte ao crime: "pela maneira como o rapaz foi morto, não tenho dúvidas de que se trata de uma execução".

O conhecido delegado, tido nos quadros da Secretaria de Segurança Pública como "um delegado operacional", revelou ter chegado a uma testemunha que assistiu à execução, embora as condições de visibilidade não lhe permitam, ainda, a identificação dos matadores.

De acordo com a testemunha, que assistiu a tudo pela brecha de uma janela, cerca de 21h40m, "um automóvel Gol ou um Pálio, passou lentamente a altura do ponto em que estava, fez a manobra como se fosse voltar para Teresina e parou à margem do asfalto. Em seguida, quatro homens desceram, tiraram um rapaz de dentro do veículo e um minuto depois ouviu cinco tiros e minutos depois o carro saiu do local rapidamente na direção de Teresina.

Tiago Rodrigues de Melo recebeu dois tiros na cabeça, provavelmente a queima-roupa. Logo depois que o corpo foi encontrado, a equipe de Menandro Pedro começou as investigações e já tem suspeitos, que seriam do grupo de execução de uma quadrilha de traficantes.

Interrogatório

Menandro Pedro deve ouvir ainda hoje membros da família de Thiago, um rapaz que morava no Mocambinho e tinha "umas três passagens pela Polícia". Sabe-se com certeza que ele havia passado pela delegacia do 7°, responsável por uma área em que, segundo os moradores da região, está dominada pelo tráfico.

Filho de um sargento da Polícia Militar do Piauí, Tiago teria rompido os códigos internos da quadrilha e por isso sua "pena" teria sido determinada.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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