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O STF é um órgão de indicação política. Não julga com imparcialidade. Com raras exceções, os seus ministros julgam - não com o equilíbrio da balança da razão -, mas considerando o status das pessoas que estão sendo julgadas. Ademais, as pendengas envolvendo políticos costumam dormitar por muito tempo no STF como estratégia para arrefecer os ânimos da sociedade e os casos caírem no esquecimento, facilitando aos ministros um julgamento sem clamor social e com menos responsabilidade, é o que se pode inferir.

Como o político influente goza de notoriedade e respeito, independentemente da ilegalidade que tenha praticado, dificilmente será condenado por coisa alguma. Mas a corda poderá arrebentar sempre nas costas da parte mais fraca. E, no caso em questão, poderá até o coitado do caseiro ainda vir a ser condenado por ter tido a coragem de denunciar um, que eu considero, casca-grossa da política brasileira.

Lamentável País de contrastes sociais e de descriminação de penas! Aos pobres, negros e desafortunados o rigor da lei. Às fístulas de colarinhos brancos e de poderes políticos, todas as garantias legais, salvo-condutos e muito etc. nisso. Afinal, nós pagamos as contas desses políticos fajutos para continuarem transgredindo, rindo de nossa cara, violando os nossos sigilos bancários e ainda com toda cara de pau exercer mandato político e com grandes pretensões futuras.

Quem manda sermos trouxas? Na realidade, está tudo contaminado: STF, Executivo e Congresso Nacional. Moral da história: o caseiro mentiu, o seu sigilo bancário não foi violado e o Palocci está aí, leve e faceiro absolvido. E não se surpreendam se ele não vier solicitar do Estado uma indenização por danos morais. Era só o que faltava!

*Julio César Cardoso, bacharel em direito e servidor federal aposentado

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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