Na primeira intervenção no Governo Lula, o Banco Central (BC) vendeu todos os 20 mil contratos de swap cambial ofertados em um leilão adicional, equivalente a US$ 1 bilhão. A operação, anunciada na segunda-feira, foi uma resposta aos efeitos gerados pelo resgate do título de NTN-A3, previsto para 15 de abril.

Os contratos vendidos foram divididos em dois vencimentos: 16 mil contratos para 1º de abril de 2025 e 4.000 contratos para 2 de janeiro de 2025. A venda ocorreu em um momento de alta do dólar, que na segunda-feira subiu 0,88% e terminou a sessão cotado a R$ 5,058.

O leilão de swap tem como objetivo fornecer proteção contra variações excessivas do dólar em relação ao real e liquidez ao mercado doméstico. Funciona como uma injeção de dólares no mercado futuro, oferecendo proteção ao comprador em caso de desvalorização do real.

Em 28 de dezembro de 2023, o dólar fechou em R$ 4,85. Desde então, tem registrado uma trajetória de alta. No acumulado do ano, a moeda americana subiu 4,25%. O swap é uma maneira de a autoridade monetária dar saída aos investidores, como se abrisse uma porta alternativa em uma festa lotada.

Em 2023, o BC não realizou leilões extras de dólar devido a um cenário de baixa volatilidade do real e forte fluxo comercial. Isso caracterizou a menor intervenção da autoridade monetária desde a adoção do regime de câmbio flutuante no país, em 1999. Para este ano, os economistas consideram que a volatilidade do câmbio no Brasil dependerá da política de juros do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) e de riscos geopolíticos no cenário global.