Rauena Pinheiro
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta segunda-feira (28) uma trégua de três dias em comemoração ao 80º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, celebrada em 9 de maio, data que é um feriado de grande importância para o país.
De acordo com o comunicado do Kremlin, o cessar-fogo entrará em vigor à meia-noite de 7 para 8 de maio e terá duração de 72 horas, expirando à meia-noite de 10 para 11 de maio.
A nota do Kremlin enfatiza que a decisão foi tomada pessoalmente por Putin "por razões humanitárias". O comunicado também faz um apelo para que a Ucrânia siga o exemplo russo, destacando que, caso Kiev desrespeite a trégua, "as Forças Armadas russas responderão de forma adequada e eficaz". Além disso, o texto reforça a disposição da Rússia para negociações de paz sem condições prévias, com o objetivo de resolver as causas subjacentes da crise ucraniana e promover uma cooperação construtiva com seus parceiros internacionais.
Em resposta, Andriy Sybiha, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, afirmou que, caso a Rússia realmente deseje a paz, deveria cessar imediatamente as hostilidades. "Por que esperar até 8 de maio?", questionou Sybiha, acrescentando que a Ucrânia segue disposta a considerar uma interrupção de 30 dias nos combates, proposta que Putin rejeitou até o momento.
O anúncio da trégua pela Rússia ocorre apenas quatro dias após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestar seu "descontentamento" com os bombardeios russos contra a Ucrânia. "Não estou feliz com os ataques russos a Kiev. Desnecessários e em um momento inadequado. Vladimir [Putin], CHEGA!", escreveu Trump em uma mensagem publicada em sua plataforma de redes sociais, Truth Social.
Além disso, os Estados Unidos deverão decidir nos próximos dias se continuarão ou não com seus esforços para buscar o fim da guerra na Ucrânia. Em 18 de abril, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que Trump se retiraria do processo de mediação caso não houvesse progressos nas negociações "em questão de dias".
Vale destacar que uma trégua de um dia, anunciada por Putin para a Páscoa, não foi mantida, embora ambos os lados tenham reconhecido uma diminuição nas hostilidades, segundo o jornal New York Times.
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