Nessa segunda-feira (05), a Justiça da Argentina absolveu a vice-presidente do país, Cristina Kirchner, da acusação de lavagem de dinheiro. O juiz Sebastián Casanello alegou impossibilidade de continuidade do processo criminal sem uma acusação consistente. O magistrado ainda alfinetou o pedido do procurador Guilhermo Marijuan.

O Ministério Público argentino informou que não reuniu provas suficientes que atrelassem a vice-presidente ao crime de lavagem de dinheiro. Kirchner foi acusada de estar envolvida no esquema “a rota do dinheiro K”.

A investigação dura mais de uma década e tem como foco principal o empresário argentino Lázaro Báez, que foi condenado a 10 anos de prisão. Mesmo sendo absolvida, Cristina Kirchner seguirá sendo investigada pela “rota do dinheiro K” em outros processos subsequentes.

Anteriormente na investigação

O Tribunal Federal 2 de Buenos Aires condenou Cristina, em dezembro de 2022, a seis anos de prisão pela acusação de chefiar uma organização criminosa que desviava dinheiro do Estado no período de 2007 a 2015, quando comandava o país.

As apurações ainda indicam que o ex-presidente da Argentina e marido de Cristina Kirchner, Nestor Kirchner, favoreceu as obras públicas de Baez no país, com o apoio da vice-presidente. As obras do empresário eram licitadas em até 80%, sendo 51 delas superfaturadas, com um rombo de cerca de 46 bilhões de pesos argentinos (aproximadamente US$1 bilhão).

Após condenação, Cristina perdeu o direito de exercer cargos públicos e só não foi presa por ter foro privilegiado. Kirchner desistiu de concorrer nas eleições presidenciais deste ano e alega sofrer perseguição política.