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EUA anunciam sanções contra Turquia por compra de mísseis russos

O Departamento do Tesouro americano informou que a ação turca representaria uma violação por parte de um integrante da Organização do Tratado do Atlântico Norte.

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou, nesta segunda-feira, 14, a imposição de sanções contra indivíduos ligados à agência do governo da Turquia responsável por compras militares, incluindo seu presidente, Ismail Demir.

Em comunicado, o departamento informou que as punições foram motivadas pela compra de um sistema de mísseis da Rússia, o que representaria uma violação por parte de um integrante da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

As sanções impedem que a agência, conhecida como SSB, receba empréstimos de instituições e agências financeiras internacionais, incluindo os bancos de exportação e importação dos EUA.

Por meses, o governo americano tentou impedir que a Turquia comprasse o sistema de defesa aérea russo S-400, visto como um dos mais avançados do mercado e capaz de atingir alvos a mais de 400 km de distância.

Em outubro, no entanto, o país lançou um foguete de uma região apontada pelos militares como o provável local de um teste crucial do S-400.

"As ações de hoje enviam um sinal claro de que os Estados Unidos vão aplicar totalmente [as leis do país] e não vão tolerar transações significativas com a defesa e setores de Inteligência russos", disse o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, em um comunicado.

Já a Rússia qualificou como "ilegítimas" as penalizações impostas por Washington a Ancara.

As medidas foram impostas após mais de um ano de apelos bipartidários no Congresso por sanções e recomendações dos departamentos de Estado e do Tesouro, depois que a Turquia, que é integrante da Otan, comprou o sistema de defesa antimísseis.

O presidente Donald Trump, que já destacou seu relacionamento pessoal com o presidente Recep Tayyip Erdogan, vinha resistindo a aprovar as sanções.

Após o anúncio, a Turquia reagiu, através de seu Ministério das Relações Exteriores. Ao mesmo tempo em que pediu aos Estados Unidos para revisarem sua decisão, advertiu que "responderá" às punições.

"Convidamos os Estados Unidos a revisarem esta decisão injusta de sanções e reafirmamos nossa disposição de tratar a questão pela via do diálogo e da diplomacia, em conformidade com o espírito da aliança", afirmou o ministério.

O governo turco também refutou o "risco para a segurança" que os mísseis russos representariam para o sistema da Otan, mencionado por Pompeo como uma das razões das sanções.

"Estas acusações são infundadas. A Turquia propôs abordar esta questão de forma objetiva e realista mediante a criação de um grupo de trabalho técnico", informou o ministério.

As sanções foram exigidas pelo Congresso quando a Turquia começou a receber o S-400, em meados de 2019. Depois que Trump hesitou, o Congresso inseriu um texto incluindo as punições em um projeto de lei de política de defesa aprovado na semana passada.

Na última sexta-feira, o Conselho Europeu anunciou o apoio à imposição de sanções contra autoridades da Turquia por "ações unilaterais e provocações" no leste do Mar Mediterrâneo, onde o país disputa áreas de exploração de gás com a Grécia

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