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Confrontos entre palestinos e israelenses deixam feridos em Jerusalém

Diante do aumento da violência, o Conselho de Segurança da ONU, a pedido da Tunísia, deve se reunir hoje.

Centenas de palestinos ficaram feridos nesta segunda-feira, 10, em novos confrontos com policiais israelenses na Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, após um fim de semana de distúrbios na Cidade Sagrada, informaram equipes de emergência palestinas.

Diante do aumento da violência, o Conselho de Segurança da ONU, a pedido da Tunísia, deve se reunir ainda nesta segunda-feira para abordar a situação em Jerusalém.

A retomada dos confrontos coincide com a celebração, no calendário hebreu, do "Dia de Jerusalém", que marca a conquista da parte leste da cidade por Israel em 1967.

Durante a manhã, centenas de palestinos atiraram projéteis contra as forças de segurança israelenses na Esplanada das Mesquitas, terceiro local sagrado do islamismo, que os judeus chamam de Monte do Templo.

"Centenas de pessoas ficaram feridas nos confrontos na esplanada e pelo menos 50 foram levadas para os hospitais", anunciou o Crescente Vermelho palestino em um comunicado.

A polícia israelense afirmou em um comunicado que trabalha para tentar frear a violência na esplanada, assim como em outros setores da Cidade Antiga de Jerusalém".

"A oração continua como de costume no Muro das Lamentações", local sagrado do judaísmo e adjacente à Esplanada das Mesquitas, mas "não deixaremos que os extremistas ameacem a segurança do público", completa a nota.

Na sexta-feira à noite, mais de 200 pessoas ficaram feridas em confrontos entre a polícia e os palestinos na Esplanada das Mesquitas.

No sábado e domingo a calma retornou ao local, mas os confrontos aconteceram em outras áreas de Jerusalém Oriental, com um balanço de mais de 100 feridos, segundo o Crescente Vermelho.

A polícia israelense também informou sobre feridos entre suas fileiras.

De Sheikh Jarrah a Gaza

No domingo, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, advertiu que seu país "seguirá garantindo a liberdade de culto, mas não permitirá distúrbios violentos".

"Vamos fazer a lei e a ordem serem respeitadas, com firmeza e responsabilidade", afirmou Netanyahu, que defendeu a ampliação das colônias judaicas na parte leste de Jerusalém, ocupada e anexada desde 1967 por Israel.

"Jerusalém é a capital de Israel. Assim como cada nação constrói sua capital, nós também temos o direito de construir em Jerusalém. Isto é o que temos feito e é o que continuaremos fazendo", completou.

Uma das causas da tensão recente em Jerusalém Oriental é o futuro de várias famílias palestinas do bairro de Sheikh Jarrah, ameaçadas de expulsão em benefício de colonos israelenses.

"No contexto atual", a Suprema Corte israelense adiou uma audiência sobre o caso prevista para esta segunda-feira, anunciou o ministério da Justiça.

A partir da Faixa de Gaza, território palestino controlado pelos islamitas do Hamas, foram lançados balões incendiários e foguetes contra Israel em apoio aos manifestantes de Jerusalém.

O exército israelense anunciou os disparos de mais sete foguetes no domingo à noite e na madrugada de segunda-feira: dois foram interceptados pelo sistema antimísseis 'Cúpula de Ferro'.

Em represália, tanques israelenses atacaram postos militares do Hamas no sul da Faixa de Gaza, informou o exército, que também fechou a passagem de fronteira de Erez, a única que permite aos moradores de Gaza entrar em Israel.

Pedidos de calma

O governo dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, pediu às autoridades israelenses e palestinas que atuem para acabar com a violência e expressou preocupação com a "possível expulsão das famílias palestinas de Sheikh Jarrah".

Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Sudão - países árabes que normalizaram as relações com Israel - expressaram "profunda preocupação" e pediram calma a Israel, assim como o Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, Rússia, ONU e UE), que pediu "moderação".

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu a Israel a interrupção das demolições e expulsões, de acordo com suas obrigações estipuladas pelas leis internacionais.

O papa Francisco também pediu o fim da violência em Jerusalém.

A Turquia afirmou nesta segunda-feira que Israel "deve parar de atacar os palestinos em Jerusalén e impedir que os ocupantes e os colonos entrem na sagrada mesquita (de Al Aqsa)".

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