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Variante Delta chega ao Quênia e amplia temor de onda devastadora

Autoridades sanitárias temem o impacto da cepa, mais contagiosa que as demais, no continente africano.

A chegada da variante Delta do coronavírus ao Quênia preocupa autoridades sanitárias locais, que temem o impacto da cepa, mais contagiosa que as demais, no continente africano. Da África do Sul à Tunísia, países da região, que têm problemas no rastreio do vírus e na vacinação, já registram indícios de novas ondas da doença.

O epicentro do contágio no país da África Oriental é o distrito de Kisumu, às margens do Lago Victoria. Nas últimas semanas, 23% de testes de covid-19 na província tem dado positivo – o dobro da média nacional.

Kisumu registrou o primeiro caso da variante Delta no Quênia ainda em maio. À época, médicos locais insistiram que políticos quenianos evitassem a realização de comícios públicos no local, mas o pedido foi em vão.

O presidente Uhuru Kenyatta, o premiê Raila Odinga e outros atraíram grandes multidões em discursos no mês passado em Kisumu, a exemplo do que ocorreu na Índia em abril. Desde então, os casos explodiram. Casos e mortes aumentaram, principalmente entre os mais jovens, motivados pela disseminação da cepa Delta, segundo o Ministério da Saúde.

A alta dos casos em Kisumu, uma província de 1,1 milhão de habitantes levou à escassez de oxigênio e outros remédios.

O temor é que o caso de Kisumu pode se alastrar para o resto do Quênia e até mesmo para outros países africanos.

O continente vacinou até o momento 1% de sua população. Sem recursos, a maioria dos países depende da OMS e de doações de vacinas de países mais ricos, que só agora começam a compartilhar seus imunizantes com o resto do mundo.

O alerta mais recente indica que as mortes por covid-19 na África subiram 15% na semana passada nos 40 países africanos com dados disponíveis sobre a doença. Especialistas temem que o grau de disseminação do vírus no continente seja até maior, em virtude da falta de rastreio.

No Quênia, autoridades locais implementaram um toque de recolher e a proibição de aglomerações em Kisumu. Mas médicos temem que as medidas sejam insuficientes para conter o vírus.

Em Uganda e Ruanda, dois países fronteiriços, os casos começaram a aumentar, com recordes de mortes. No caso ugandense, o presidente Yoweri Museveni decretou um rígido lockdown de 42 dias. O Congo também registra sinais de uma terceira onda.

Na África do Sul, o país mais afetado do continente, viu um novo aumento de infecções há duas semanas. O mesmo tem ocorrido na Tunísia.

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