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Choque entre palestinos e polícia fere 150 na Esplanada das Mesquitas

Os palestinos se manifestavam no terceiro local mais sagrado para os muçulmanos.

Mais de 150 pessoas ficaram feridas nessa sexta-feira, 15, em confrontos entre manifestantes palestinos e policiais israelenses na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém. Foram os primeiros distúrbios no início do mês do Ramadã, que levantam temores de um novo surto de violência nos territórios palestinos.

A polícia israelense relatou três feridos em suas tropas. Segundo uma ONG de defesa dos prisioneiros palestinos, 400 foram presos. Os distúrbios começaram ontem, quando vários palestinos atiraram pedras e as forças de segurança israelenses responderam com balas de borracha e bombas de efeito moral contra os manifestantes.

Por volta das 4 horas, “dezenas de jovens desordeiros encapuzados”, alguns levando a bandeira do movimento islâmico palestino Hamas, “começaram uma procissão” pela Esplanada das Mesquitas e atiraram pedras contra o Muro das Lamentações, disse a polícia israelense.

Omar Al Kiswani, diretor da Mesquita Al-Aqsa, localizada na Esplanada, relatou um segundo incidente pela manhã envolvendo uma intervenção da polícia israelense no local de culto.

A Esplanada das Mesquitas está localizada na Cidade Velha de Jerusalém, a leste da cidade, parte ocupada por Israel desde 1967 e que os palestinos reivindicam como capital de um futuro Estado.

“Não temos interesse em que o Monte do Templo (como o local é chamado pelos judeus) se torne um centro de violência. Isso prejudicaria tanto os muçulmanos de lá quanto os judeus no Muro das Lamentações”, disse o ministro da Segurança Pública israelense, Omer Bar-Lev, membro da coalizão mista do primeiro-ministro Naftali Bennet.

Bennett perdeu a maioria no Parlamento na semana passada após a saída surpresa de um parlamentar de direita.

Uma ação policial muito dura pode enfraquecer o apoio de deputados árabes à coalizão, enquanto atos de violência de palestinos ou árabes israelenses podem encorajar novas saídas de deputados de direita, segundo a imprensa local.

Esses confrontos no coração de Jerusalém, que coincidem este ano com o início da Páscoa católica e da Páscoa judaica, Pessach, ocorrem após semanas de tensão em Israel e na Cisjordânia, território ocupado desde 1967 por Israel.

Desde 22 de março, Israel sofreu quatro ataques que deixaram 14 mortos.

Os Estados Unidos afirmaram estar “profundamente preocupados” após os confrontos em Jerusalém.

“Pedimos a todas as partes que exerçam moderação, para evitar provocações e retórica”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, em comunicado. “Pedimos às autoridades palestinas e israelenses que cooperem para reduzir as tensões e garantir a segurança de todos”, acrescentou.

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