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Avião de Pelosi mudou rota para evitar instalações militares da China

O avião que levou a presidente da Câmara dos Deputados dos EUA evitou sobrevoar o Mar do Sul da China.

O caminho percorrido pelo avião militar que levou a presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, para Taiwan chamou atenção pelo cuidado em evitar o Mar do Sul da China.

A viagem observada de perto foi uma das visitas oficiais dos EUA mais controversas na memória recente, e sua rota destacou um grau elevado de cautela enquanto Washington busca evitar mais atritos com Pequim e desencadear consequências não intencionais.

Os dados de rastreamento do voo mostram que a aeronave que transportava Pelosi, que pousou em Taipé pouco antes das 23h no horário local (12h de Brasília), evitou sobrevoar o contestado Mar do Sul da China.

Em vez de viajar a nordeste de Kuala Lumpur diretamente pelo Mar do Sul da China – uma jornada que poderia ter levado seu jato para perto de instalações militares chinesas construídas em terras recuperadas em ilhotas, incluindo as Ilhas Spratly – o avião de Pelosi voou para sudeste sobre a parte indonésia de Kalimantan, ou Bornéu, antes de virar para o norte e depois para o leste das Filipinas, de acordo com as imagens fornecidas pela Flightradar24.

“Imagino que a rota de voo leva em consideração o cuidado extra”, disse Meia Nouwens, pesquisadora sênior de política de defesa chinesa e modernização militar do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos em Londres. “A preocupação pode ter sido a militarização das três maiores ilhas artificiais chinesas em Spratlys, que estão equipadas com instalações de defesa permanente e armamento.”

A visita de Pelosi a Taiwan democraticamente governada, que é reivindicada pela China, aumentou as tensões entre Washington e Pequim. Quando Pelosi chegou a Taiwan, a China anunciou que realizaria uma série de exercícios militares, incluindo “disparos reais de longo alcance” perto de Taiwan, começando na noite desta terça-feira, bem como mais exercícios cercando a ilha em 4 de agosto.

Isso reflete a forte condenação da China à visita da mais alta autoridades eleita dos EUA em 25 anos. Muita coisa mudou nos últimos anos, com a China crescendo em poder econômico e se tornando mais assertiva no cenário mundial.

Em 2015, o secretário de Defesa dos EUA, Ash Carter, não se equivocou ao dizer publicamente à China que “os Estados Unidos voarão, navegarão e operarão onde a lei internacional permitir, como fazemos em todo o mundo, e o Mar do Sul da China não será uma exceção.”

As relações entre os dois países se deterioraram provavelmente para o “momento mais tenso” desde a visita histórica do ex-presidente Richard Nixon à China em 1972, na opinião do enviado dos EUA a Pequim.

Autoridades do governo Biden minimizaram qualquer noção de que tivessem controle sobre a visita de uma autoridade em um sistema de três poderes, dizendo que não estavam fazendo nada para interromper o status quo sensível sobre o status de Taiwan.

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