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China detecta 35 casos em humanos de novo vírus de origem animal

Ainda não há indicação de transmissão de pessoa para pessoa, mas essa possibilidade não está descartada.

Um estudo científico revelou a detecção, em duas províncias da China, de 35 casos em humanos de um novo vírus de origem animal, do tipo Henipavirus. A informação foi veiculada nesta terça-feira, 9, pela imprensa estatal do país asiático.

Os pacientes, nenhum que apresente caso grave, foram registrados em Shandong, no leste chinês, e em Henan, no centro, de acordo com o jornal local Global Times, que cita um artigo publicado por pesquisadores da China e de Cingapura, no New England Journal of Medicine, uma das publicações médicas mais renomadas do mundo.

O vírus, para o qual não existe qualquer vacina ou tratamento, foi detectado mediante amostras colhidas da garganta dos infectados, que tinham tido contato recente com animais. Entre os sintomas relatados estão sinais de febre, cansaço, tosse, perda de apetite, dores de cabeça, musculares e náuseas.

De acordo com o jornal chinês, investigações posteriores revelaram que 26 dos 35 pacientes portadores deste Henipavirus desenvolveram esses sintomas clínicos e, alguns casos, também irritabilidade e vômitos.

Segundo o site estatal The Paper, o vírus é uma das principais causas emergentes do salto de doenças animais para humanos (processos denominados como zoonose), na região da Ásia-Pacífico.

A publicação indica que um dos vetores de transmissão do vírus é o morcego da fruta (pteropodidae), considerados hópedes naturais dos Henipavirus conhecidos - o Hendra (HeV) e o Nipah (NiV).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o HeV provoca infecções em humanos que vão de assintomáticas a infecções respiratórias agudas e encefalites graves, com uma taxa de letalidade que vai de 40% a 57%, podendo variar “em função das capacidades locais de investigação epidemiológica e gestão clínica.

Até o momento, de acordo com o Global Times, não foi provado que exista transmissão de pessoa para pessoa, embora relatórios prévios indicarem que a possibilidade para esse tipo de contágio não está descartada.

“O coronavírus não será a última doença contagiosa que provoca uma pandemia, já que novas doenças terão um impacto cada vez maior na vida diária da raça humana”, disse um subdiretor do departamento de Patologias Infecciosas do hospital de Huashan, na China.

Origens do coronavírus

Estudos publicados na revista científica Science indicaram que o mercado de Wuhan, na China, a partir de atividades associadas ao comércio de animais selvagens, foi o epicentro do aparecimento do SARS-CoV-2 (novo coronavírus).

A busca pelas origens do vírus se tornou uma questão diplomática complicada, cujo efeito foi piorar as relações da China com os Estados Unidos e muitos de seus aliados. Os EUA e outros países dizem que o país asiático não foi transparente sobre o que aconteceu nos primeiros dias da pandemia. Já a China se defende dizendo que a questão está sendo politizada e deveria ser deixada para os cientistas.

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