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Advogado Lauriano Lima detalha acidente que matou diretor na BR 135

"Infelizmente, eu senti a água balançando, ele [Afonso] se afogando, chacoalhando dentro da água", contou Lauriano.

O advogado Lauriano Lima Ezequiel, sobrevivente do acidente que matou o diretor do Sindicato dos Urbanitários do Piauí, José Afonso, detalhou ao GP1 como ocorreu o acidente na manhã dessa sexta-feira (13) e lamentou a morte do amigo.

Segundo Lauriano, os dois tinham ido para uma audiência na cidade de Corrente, depois foram para Avelino Lopes e tinham como destino voltar para Teresina, mas em Bom Jesus decidiram pernoitar em Eliseu Martins, por conta do horário. “No caminho, de repente eu avistei que a água tinha invadido metade da pista, percebemos isso cerca de 200 metros antes, e eu disse para ele: ‘Afonso, rapaz, olha a água ali na pista’. Só que logo após esse trecho que a água invadiu, tem uma curva, ou seja, não dava para ele passar para a faixa que estava seca. Era uma subida, e água estava logo após o declive. Ele diminuiu a velocidade, e nós estávamos em torno de 90 a 100 km/h. Quando entramos na água o carro aquaplanou e a traseira do carro saiu para o lado esquerdo e deslizou lateralmente na pista. Nessa hora, eu botei a mão próximo do local que solta o cinto, porque eu imaginei que se eu pegasse uma pancada na cabeça e eu ficasse desorientado, eu já sabia onde minha mão estaria”, disse.

  • Foto: DivulgaçãoJosé Afonso e Lauriano LimaJosé Afonso (à esquerda) e o advogado Lauriano Lima (à direita)

O advogado relatou que o veículo saiu da estrada e tombou para o lado que o motorista, José Afonso, estava. “Depois que tombou, o veículo virou e ficou com as rodas para cima. Quando virou completamente, em questão de segundo a cabine do carro já estava cheia de água. Os vidros estavam fechados, mas acredito que com o impacto devem ter quebrado, ou amassado a porta”, contou Lauriano.

O sobrevivente explicou que o local onde o carro ficou estava completamente cheio de água. O advogado tem um 1,77 de altura, quando ele saiu do carro e pisou firme no chão o nível da água estava dando acima do umbigo dele. “Primeiramente eu tentei abrir minha porta e não consegui. Eu saí tateando no carro para ver se tinha algum lugar que pudesse ficar respirando. Eu encontrei um lugar, onde meu antebraço ficou fora da água, e eu me estiquei de toda forma e eu coloquei minha cabeça nesse local e fiquei com a água batendo no pescoço, mas consegui. E eu estava com a minha perna presa. Fiquei nessa situação por 5 minutos, mais ou menos. Infelizmente, eu senti a água balançando, ele [Afonso] se afogando, chacoalhando dentro da água. Me contaram que ele ficou com as pernas para fora do carro e se afogou, porque não conseguiu se soltar do cinto. Ele tinha uma bursite no braço, e talvez tenha atrapalhado ele na hora de se soltar. Eu não saí do carro por força própria, os moradores que prestaram socorro para gente. Quando eles me tiraram eu disse que tinha uma pessoa dentro do carro. Tiraram Afonso do veículo e tentaram reanimar ele no asfalto”, detalhou.

  • Foto: DivulgaçãoLocal onde ocorreu o acidenteLocal onde ocorreu o acidente

“Uma moradora me contou que choveu em um outro local, e a água escorreu para lá e represou na pista. E que inclusive, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) teve conhecimento dessa situação e não tinha sinalização nenhuma. Não estava chovendo. Eu irei ajuizar uma ação contra a União. E me coloquei à disposição da família para entrar com uma ação”, finalizou o advogado.

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