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Economia e Negócios

Bolsa fecha com leve alta de 0,42% e dólar chega a R$ 5,23

Alta das ações de Vale e Petrobras sustentaram o Ibovespa em alta até o final do pregão, mesmo com a queda generalizada no mercado acionário americano.

Em uma tarde negativa para a maioria dos ativos de risco, principalmente no mercado acionário em Nova York, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, conseguiu se manter em alta e fechar com ganho moderado de 0,42%, aos 100.097,83 pontos nesta quinta-feira, 17. Em um dia com poucos acontecimentos econômicos, ajudou na recuperação do índice o bom desempenho dos papéis das empresas de commodities e siderurgia. O dólar também deu alívio ante ao real e encerrou com queda de 0,13%, a R$ 5,2314.

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), de manter em 2% a taxa Selic trouxe algum resultado positivo para o Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, que retomou hoje o patamar dos 100 mil pontos. Por aqui, os ganhos da Bolsa foram garantidos pela alta das ações dos papéis de commodities, como Vale On com 1,82% e Petrobrás Pn e On com 1,93% e 2,23% cada. Nesta quinta, o bom desempenho da petroleira vem em sintonia com os contratos de petróleo no exterior: hoje, o WTI para outubro encerrou com alta de 2,02% a US$ 40,97 o barril, enquanto o Brent para novembro teve ganho de 2,56%, a US$ 43,30 o barril.

Além destas, os bons resultados das empresas de siderurgia, Usiminas com ganho de 5,15% e CSN, com 2,58%, também contribuíram para o resultado. Porém, os ganhos do pregão acabou sendo o que parte do mercado considera como 'uma faca de dois gumes' para a B3: o enorme peso de alguns setores, como commodities e siderurgia, na composição do índice. Em 2010, quando ainda se vivia o boom das commodities, a participação do Brasil no índice MSCI para mercados emergentes chegou a ser de 15%, e hoje é de apenas 5%, observa Roberto Attuch, CEO da Omininvest.

"Esta concentração em commodities tem segurado o Ibovespa, limita o seu potencial", acrescenta o CEO da Omninvest. Ele defende uma mudança estrutural, que dê espaço maior a empresas e segmentos com potencial de crescimento diferenciado, como o varejo eletrônico. "O problema é que ainda não temos uma gigante de tecnologia. Nossas maiores empresas são da economia tradicional."

Porém, lá fora, foi a queda das gigantes de tecnologia que voltou a pesar em Nova York, no pregão pós-decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) nesta quinta. Ontem, o órgão manteve em 0,25% a taxa de juros dos EUA e faz um discurso vago e incerto sobre a retomada da economia. Hoje, Dow Jones recuou 0,47%, o S&P 500 caiu 0,84% e o Nasdaq cedeu 1,27%. As ações de Apple, Apple e Microsoft caíram 1,60%, 3,30% e 1,40% cada.

Com os resultados de hoje, a Bolsa brasileira avança agora 1,76% na semana e 0,73% no mês, mas ainda cede 13,44% no ano. Por aqui, fica no radar a situação fiscal e o que será feito para assegurar renda mínima - e o consumo - em 2021, com o fim do auxílio emergencial. Em live, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, mostrou confiança na aprovação do novo pacto federativo e da reforma tributária até o fim do ano. Ele disse também que o novo programa social, que pretende ampliar o Bolsa Família, só vai ser lançado se o Congresso desengessar o orçamento, com a desvinculação e desindexação dos gastos públicos.

Câmbio

O dólar voltou a encostar em R$ 5,30 hoje pela manhã, com os investidores no mercado internacional ainda digerindo o resultado da reunião de política monetária do Federal Reserve. Mas no meio da tarde, a moeda americana zerou a alta, acompanhando o enfraquecimento da divisa no exterior. Nos negócios da tarde, a queda da libra perdeu força e o euro passou a se fortalecer, ajudando o dólar a se enfraquecer no mercado internacional.

O índice DXY, que mede o comportamento da moeda americana ante moedas fortes, passou a cair. Com isso, o dólar zerou os ganhos aqui, em dia em que o real operou colado no exterior, sem repercussão de notícias locais. Na mínima, caiu para a casa dos R$ 5,22 no final da tarde. Nos emergentes, o dólar recuou 0,37% no México e 0,44% na África do Sul, mas subiu 0,65% na Rússia.

No câmbio, a decisão do Banco Central de manter os juros e não fechar totalmente as portas para novo corte no futuro acabou não tendo peso nas cotações. Para o estrategista do Société Générale, Dev Ashish, com o câmbio pressionado, a taxa de juros real em nível negativo, a forte piora fiscal do Brasil, a visão é que o espaço para futuras reduções da taxa básica é muito pequeno. Só haveria mais espaço para redução se o governo avançar de forma consistente com as reformas fiscais, ressalta ele.

Nas casas de câmbio, de acordo com levantamento realizado pelo Estadão/Broadcast, o dólar turismo é negociado perto de R$ 5,50. Hoje, o dólar para outubro encerrou estável, a R$ 5,2405.

Bolsas do exterior

Na Ásia, a decisão do Fed se somou ao anúncio do Banco do Japão (BoJ), que também manteve inalterada a taxa de juros do país - com isso, o japonês Nikkei caiu 0,67%. Já os chineses Xangai Composto teve queda de 0,41%, enquanto o Shenzhen Composto subiu 0,08%. O Hang Seng recuou 1,56% em Hong Kong, o sul-coreano Kospi se desvalorizou 1,22% e o Taiex registrou baixa de 0,80% em Taiwan. A bolsa australiana caiu 1,22%.

O cenário no velho continente foi bem parecido: por lá, o Banco da Inglaterra (BoE) manteve inalterada a taxa de juros e segurou os ganhos da bolsa de Londres, que caiu 0,47%. O resultado do Fed também pesou: o Stoxx 600 encerrou em baixa de 0,51%, a bolsa de Frankfurt caiu 0,36% e a de Paris recuou 0,69%. Milão, Madri e Lisboa cederam 1,12%, 0,35% e 0,16% cada.

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