O Disque Direitos Humanos (Disque 100) recebeu, em todo o ano passado, 12,9 mil denúncias de violências praticadas contra pessoas com deficiência, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 4, pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), que coordena o serviço.
De acordo com a pasta, a população com deficiência é o terceiro grupo mais citado nas denúncias, representando 8% das ligações.
As agressões contra crianças e adolescentes estão no topo da lista, com 55% dos comunicados. E a violência contra idosos é a segunda mais registrada, chegando a 30%.
O ministério afirma que, em relação a 2018, houve crescimento de 9% na quantidade de denúncias, mas ressalta que esse aumento é reflexo da ampliação dos serviços oferecidos pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH).
Detalhes
As principais violações registradas contra pessoas com deficiência foram negligência (41%), violência psicológica (22%), violência física (15%), abuso financeiro (14%) e violência institucional (4%).
Em números absolutos, estão concentradas na região Sudeste, nos estados de São Paulo (2,9 mil), Minas Gerais (1,9 mil) e Rio de Janeiro (1,4 mil), que respondem por 48% do total de denúncias.
Considerando a metodologia de taxa por 100 mil habitantes, Minas Gerais tem maior incidência de denúncias (9 denúncias por 100 mil habitantes), seguido por Sergipe (8,9) e Distrito Federal (8,6).
Agressor
O relatório destaca que o agressor, na maior parte das ocorrências, é alguém do convívio familiar ou próximo da vítima, sendo 29% das violências praticadas por um irmão, 17% por filho, 11% pela mãe e 7% pelo pai.
O suspeito é do sexo masculino em 51% das ocorrências, de cor branca (46%), parda (39%) e preta (14%).
Vítima
De acordo com os dados divulgados, 54% das vítimas são do sexo feminino e 46% do sexo masculino, predominantemente da cor branca (45%) ou parda (41%), a maioria (58%) com deficiência intelectual. Entre os agredidos, pessoas com deficiência física são 19%.
Atendimento
O Disque 100, o app Direitos Humanos Brasil e o site da ONDH são gratuitos e funcionam 24 horas por dia, inclusive em feriados e nos finais de semana.
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