Fechar
GP1

Política

Confira discurso de diplomação do governador Wilson Martins no Tribunal de Justiça

"Não tenho a menor dúvida: é o fogo da paixão pelo Piauí e por nossa gente que vai dar força, ritmo e calor ao trabalho que prometemos ao povo realizar", disse Martins.

Confira o discurso do governador reeleito Wilson Martins (PSB) em solenidade de diplomação na noite da última sexta-feira (17) no Tribunal de Justiça.

Minhas Senhoras, Meus Senhores


Gostaria de começar esta fala com a lembrança de uma frase de um dos maiores homens da história recente do Planeta. Refiro-me a Winston Churchil, o estadista inglês que enfrentou as ditaduras do nazismo e do fascismo. Ele dizia: “A Democracia é a pior forma de governo, exceto todas as outras formas já experimentadas”.

Vem bem a propósito a lembrança de Churchil, porque é importante sabermos valorizar as liberdades, em qualquer tempo!!! Especialmente nesta solenidade, em que coroamos o momento crucial da Democracia – que é a escolha pelo povo dos seus governantes, dos seus representantes.

Temos que festejar este momento não apenas pelas vitórias de outubro passado, mas pelas conquistas das últimas décadas. Muitos dos que aqui estão presentes, que se tornaram cidadãos efetivos nos últimos 25 anos, talvez não tenham a exata dimensão dessa conquista, que é o estabelecimento da Democracia.
Sei o que é enfrentar a ditadura, sei o que é ter a liberdade de expressão cerceada, sei o que é lutar pelo elementar direito de poder dizer o que se pensa... Sei o que é a agrura do autoritarismo, e por isso mesmo sei muito bem o que é a beleza da liberdade de ir e vir, do direito de poder escolher, de eleger...

Hoje, podemos comemorar porque temos neste país uma Democracia plena, e não mais uma Democracia arremedada.
Podemos comemorar porque temos um sistema político que se mostra mais maduro a cada dia.
Podemos comemorar porque temos um poder público que se pauta pelos interesses do público.
Somos um novo país, edificado ao longo dos anos, ao longo das décadas, e em torno de muitas lutas.

Nós que estamos aqui, recebendo os diplomas conquistados no processo eleitoral, somos beneficiário dessa construção.
Claro, também somos um tijolo que ajuda a tornar mais vigoroso o edifício da Democracia Brasileira, fazendo-o mais sólido, mais amplo, mais justo.
Temos uma Democracia que se edifica sobre importantes pilastras.
A pilastra da cidadania, cada vez mais viva, cada vez mais atuante, cada vez mais ciente de seus direitos e seus deveres.

A pilastra da Justiça Eleitoral, que se revela profissional, preparada para fazer do processo de escolha popular o mais legítimo, mais limpo e mais representativo do real desejo da cidadania.
A pilastra do Ministério Público, vigilante, tradutor de uma sociedade que cobra retidão de todos os atos de interesse comum.

Temos a pilastra dos partidos e candidatos, que se esforçam por oferecer alternativas e horizontes para nossa gente.

A pilastra das instituições que dão ressonância à voz e aos anseios da sociedade. Por exemplo, a imprensa, que se redobra na dura tarefa de se fazer voz de toda uma comunidade. Eu sei que, para muitos, a imprensa incomoda. Mas sem ela o debate necessário à democracia seria um monólogo, e a própria Democracia não passaria de uma farsa.

Enfim, temos a pilastra do povo, que se mobiliza, vai às ruas, que toma partido e faz do voto uma manifestação dos seus sentimentos mais puros e a indicação dos sonhos que deseja ver realizados.

Numa eleição, cada um de nós (candidatos), busca ser o espelho dessas manifestações e a personificação desses sonhos. O resultado positivo nas urnas nos faz acreditar que algo dessa quimera se concretizou.

Agora, quando participamos dessa solenidade de diplomação, nos enchemos de alegria. Sim! Porque, é uma conquista que honra a todos nós. É uma conquista que enriquece as nossas histórias pessoais, e lança luz mais forte sobre a trajetória de cada um.
É uma conquista que alcançamos após duros embates com adversários nem sempre transparentes. Embates em que muitas vezes sobressai a pirotecnia, ao invés da discussão de fundo que reflita sobre as necessidades sociais. Embates norteados por uma legislação eleitoral às vezes turva – o que nos lembra a necessidade de uma reforma política que aclare as condições da disputa.

Apesar de alguns importantes senões, podemos dizer que chegamos aqui com uma vitória pautada, acima de tudo, pela conquista da confiança popular.
Durante os meses de campanha, trilhamos as estradas deste Estado, palmilhamos as ruas de nossas cidades, ocupamos as praças públicas. Abraçamos homens e mulheres, idosos e jovens. Promovemos o mais aberto diálogo que pode haver: entre o homem público e o povo. Sempre levando uma mensagem capaz de dar ao cidadão votante, ao eleitor uma visão clara sobre o que pensamos e o que propomos para nossa Terra e nossa gente.

Permitam-me meus caros companheiros de diplomação, fazer uma breve referência pessoal, que começa com um agradecimento:

Quero agradecer ao povo piauiense, sempre carinhoso e paciente – não só comigo, mas com todos os candidatos. Quero agradecer aos meus colegas de caminhada, os aliados e especialmente os militantes. E também aos adversários, que trouxeram questionamentos que certamente ajudam a aprofundar a reflexão sobre nossa terra.

Quero agradecer à minha família: meus irmãos, sempre solidários; meus filhos, compreensivos e sempre encorajadores. E, mais ainda, a minha mulher, Lílian, que a cada dia me mostra uma faceta mais bela, um coração mais generoso e um carinho infinito.
Quando olho para a Lílian, me vem à mente um poema do Torquato Neto, que se chama “A Coisa Mais Linda Que Existe”. E diz:

“A Coisa mais linda do mundo
É Sair por um segundo
E te encontrar por aí
E ficar sem compromisso
Pra fazer festa ou comício
Com você perto de mim”

Permitam-me ainda um pouco mais de referência pessoal:
Tenho a firme convicção de que a boa política é aquela em que o candidato estabelece um acordo com o eleitor. Acordo feito às claras, nas ruas e nas praças públicas, do aperto de mão e do olho-no-olho. Acordo entre o anseio do povo e a vontade de trabalhar do político.
Tenho a firme convicção de que a política moderna é aquela em que candidato e eleitor se misturam e constroem bandeiras comuns. O desejo do cidadão é o compromisso do político, numa relação de duas vias que vai muito além da eleição.

Exatamente por esta crença procurei fazer uma campanha diferente. Visitei cada município piauiense. Abracei pessoas no Litoral, no sertão do semiárido, nas ruas da capital, nos cerrados do sul, nas vazantes do médio Parnaíba e nas cidades das serras. Com essa gente discuti caminhos. Ouvi propostas, anotei críticas e agradeci os elogios.
Saí muito mais forte desse diálogo. E creio que nesse diálogo fiz crescer minhas chances de vitória.

Não tenho dúvida, foi essa conversa direta com a cidadania que me trouxe a esta solenidade de diplomação.

Também não tenho dúvida, foi essa mesma capacidade de ouvir o povo que trouxe até aqui cada um dos companheiros de diplomação. E, por tudo isso, os diplomas que ora recebemos nos enchem de muita responsabilidade.

Estamos aqui pela vontade do povo. Um povo que sonha com melhores dias, um povo que deseja uma sociedade mais harmoniosa, um povo que busca mais conforto e tranqüilidade para si. Enfim, somos a esperança de um povo que espera apenas que cada um de nós faça o trabalho que precisa ser feito.

Parece simples: “fazer o trabalho que precisa ser feito”.
Não é... Esta é uma dura tarefa, sobretudo diante das dificuldades que cercam o Poder Público, pelos recursos limitados, pela profissionalização ainda incipiente, pelas tarefas ingentes que tornam qualquer feito – por maior que seja – apenas um pequeno passo para o grande desafio que temos pela frente.
E são muitos desafios, sim!
Mas, me atrevo a falar em nome de todos: o diploma que hoje recebemos nos dá força para abraçar esses desafios com muito mais vontade e com muito mais responsabilidade.

A campanha ficou para trás, mas os compromissos assumidos em praça pública estão vivos, especialmente porque temos uma sociedade com muito mais consciência.
Já vai longe o tempo em que as palavras de campanha eram levadas pelo vento no dia seguinte à contagem dos votos.

Por tudo isso, tenho certeza que todos que estamos aqui estamos imbuídos das melhores das intenções. Cada um embalado pelo mais elevado espírito público, envolvido pelo sentimento de amor por esta Terra. Porque o Piauí é acima de tudo uma paixão, uma paixão retumbante, que acelera o coração da gente e muda o ritmo do mundo. Uma paixão poderosa, que tem luz, cor e som. Aqui me valho do fragmento de um poema de nosso grande piauiense Mário Faustino, que se ajusta à tradução dessa paixão pelo Piauí. Diz o poema:

O som desta paixão detém o sol,
O som desta paixão apaga a lua.
O som desta paixão acende o fogo.

Não tenho a menor dúvida: é o fogo da paixão pelo Piauí e por nossa gente que vai dar força, ritmo e calor ao trabalho que prometemos ao povo realizar.


Muito obrigado


Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.