Nathalia Carvalho
A Comissão Europeia decidiu nomear oficialmente a China como fonte de desinformação sobre a pandemia de coronavírus. A União vem acusando também a Rússia pela mesma prática.
Essa é a primeira vez que a comissão menciona a China como fonte de desinformação. Em comunicado à imprensa no último dia 10, a Comissão alegou “uma onda maciça de informações falsas e enganosas” por parte da China durante toda a pandemia.
Eles apontam especificamente a China e a Rússia como atores estrangeiros que estiveram envolvidos em campanhas de desinformação globalmente. “Os atores estrangeiros e certos países terceiros, em particular a Rússia e a China, se envolveram em operações de influência direcionadas e campanhas de desinformação na UE, na vizinhança e no mundo”, disse a Comissão.
Foi elaborado também um relatório descrevendo as medidas que devem ser tomadas globalmente para combater a desinformação, incluindo o incentivo das plataformas on-line a fornecer relatórios mensais sobre as ações que estão sendo tomadas nesse sentido.
O relatório da Comissão Europeia também é direcionado aos donos de redes sociais, como Facebook, Twitter, YouTube e WhatsApp, e pede que as plataformas forneçam “dados mais detalhados sobre suas ações para promover conteúdo, melhorar a conscientização dos usuários e limitar a desinformação.”
O comunicado da comissão destacou que a desinformação foi definida como conteúdo falso ou enganoso, publicado com intenção. Por outro lado, informação errada não é intencional.
Josep Borrell (Partido Socialista Europeu), ministro de Assuntos Exteriores, União Europeia e Cooperação da Espanha, disse que as campanhas de desinformação são uma “arma reconhecida” usada por atores estatais e não-estatais.
“Desinformação em tempos de coronavírus pode matar. Temos o dever de proteger nossos cidadãos, conscientizando-os de informações falsas e expondo os atores responsáveis ??por se envolver em tais práticas”, completou Borrell.
A Vice-Presidente da Comissão Europeia de Valores e Transparência, V?ra Jourová (ALDE – Partido da Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa), declarou que as plataformas on-line precisam “intensificar seus esforços” para combater informações falsas.
“As campanhas de desinformação atingiram a Europa durante a pandemia de coronavírus. Eles se originaram tanto dentro como fora da UE. “Para combater a desinformação, precisamos mobilizar todos os atores relevantes, desde plataformas on-line até autoridades públicas, e apoiar verificadores de fatos e mídias independentes”, afirmou.
Um porta-voz da Missão Chinesa na União Europeia disse que a China “sempre se opõe à fabricação e disseminação da desinformação”.
Ver todos os comentários | 0 |