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Saúde

Doria prevê imunizar toda a população de São Paulo até fevereiro de 2021

Governo estadual tem acordo com farmacêutica chinesa para testar imunizante; especialistas têm apontado dificuldade de fixar cronogramas.

O governador João Doria (PSDB) afirmou nesta segunda-feira, 21, em entrevista coletiva que, caso a coronavac seja aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) - o imunizante é uma parceria da chinesa Sinovac com o Instituto Butantã e está em testes em humanos no País - toda a população de São Paulo será imunizada até fevereiro de 2021.

"Meu dever é proteger os brasileiros de São Paulo. A eles, garanto que teremos a vacina, a coronavac, para atender a totalidade de população de São Paulo já ao final deste ano e ao longo dos dois primeiros meses de 2021", afirmou. "Evidentemente, temos de finalizar essa terceira etapa de testagem no Butantã, e esperamos que tudo continue bem, como está acontecendo, e aí termos a aprovação final da Anvisa."

Especialistas têm apontado a dificuldade de estabelecer um cronograma para desenvolvimento e vacinação em larga escala, uma vez que os imunizantes ainda estão em fase de testes. Além disso, após a comprovação de eficácia e segurança do produto, ainda há o desafio logístico de produção e distribuição das doses. A Organização Mundial da Saúde já manifestou que descarta haver imunização ampla antes de 2022.

Doria não especificou, no entanto, como se daria essa vacinação na população que vive em São Paulo, mas já havia afirmado em outras coletivas que o Estado, tendo a aprovação, terá 46 milhões de doses da vacina até dezembro. Nesse domingo, 20, ele informou que as primeiras cinco milhões de doses do imunizante chegam a São Paulo em outubro.

Durante a coletiva, o governador chegou a dizer que haveria um plano específico para o Estado, mas não deu detalhes sobre o assunto e disse que prefere acreditar em um plano nacional que envolva o Ministério da Saúde.

"Temos sim um plano alternativo, mas prefiro acreditar num plano nacional e que envolva o ministério e nisso temos trabalhado com o ministro Eduardo Pazuello. Não faz sentido acreditar que não vá ter tratamento igual a todos os brasileiros. Todos merecem a vacina, sejam os de São Paulo, do Norte, Nordeste, Sudeste. Tenho certeza que o Ministério da Saúde não trilhará por um caminho ideológico, partidário e eleitoral, seria um gesto condenável, prefiro nem me referir a ele, porque acredito que não será praticado. Mas o que posso garantir é que os que residem em São Paulo não vão ficar sem vacina", afirmou.

Brasil precisará de mais de um imunizante, diz secretário

O secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, disse que o País precisará de mais de um imunizante. "A relação que existe entre Butantã e Ministério da Saúde é de longa data, uma grande parte das vacinas contempladas no Programa Nacional de Vacinação são oriundas da fabricação do Butantã. E neste momento não seria diferente. Precisamos não só de uma vacina, mas de vacinas para imunizar todo o brasileiro, independentemente de onde esteja. Precisamos do Programa Nacional de Imunização porque, através do SUS, poderemos promover a distribuição gratuita dessa vacina", disse. O acordo firmado com a Sinovac permite a transferência de tecnologia ao Butantã, que poderá produzir a vacina também.

Nove mil voluntários, todos profissionais de saúde, de seis Estados brasileiros participam da testagem da coronavac. Até o fim de setembro, todos terão tomado as duas doses da vacina. Em 15 de outubro, haverá a análise de eficácia. Há duas semanas, Doria afirmou que os voluntários não apresentaram reações adversas à vacina.

No fim de agosto, o governo de São Paulo pediu pelo menos R$ 1,9 bilhão do Ministério da Saúde para ampliar a previsão de entrega da vacina coronavac no próximo ano, de 60 milhões para 120 milhões de doses.

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