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Homem pré-histórico do Piauí usava planta contra verme

As amostras eram de períodos diferentes. As do Arizona têm até 4 mil anos; as do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, 8,5 mil.

O ser humano usava plantas medicinais para combater verminoses há 8,5 mil, indica uma pesquisa do Departamento de Paleoparasitologia da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz. O estudo encontrou vestígios de plantas que têm efeito anti-helmíntico em coprólitos - fezes fossilizadas.

A pesquisadora Isabel Teixeira-Santos chegou à conclusão ao analisar amostras encontradas no Piauí e no Arizona (EUA). "A gente tenta traçar o perfil paleoepidemiológico de grupos humanos pré-históricos. O ambiente era muito diferente. Tentamos entender que meios tinham para combater doenças. Isso é importante para entender a evolução humana", afirma a bióloga, que analisou o tema em sua tese de mestrado.

As amostras eram de períodos diferentes. As do Arizona têm até 4 mil anos; as do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, 8,5 mil.

Ela encontrou pólen e grânulo de amido de plantas da família das quenopodiáceas e das malváceas, que têm a propriedade de combater verminoses. "Esses grânulos são encontrados na raiz das plantas. O pólen está nas flores. Isso demonstra que eles comiam as partes da planta que fazem efeito", explica a bióloga.

"Não posso dizer que faziam isso de forma intencional, porque não há registros. Mas é provável que sim. Eles sentiam os sintomas e procuravam algum tipo de tratamento", afirma.

Nas amostras do Piauí também foram encontradas vestígios de polipodiáceas, família a que pertencem as samambaias. "Eles comiam as folhas. Alguns autores descrevem que essa folha provoca vômito e auxilia na remoção de helmintos (vermes)", diz Isabel.

A pesquisadora também conseguiu identificar a alimentação desses povos. No Arizona, a dieta era predominantemente milho e yuka, uma espécie de inhame. "Eram grupos que já tinham agricultura", afirma. No Piauí, havia até pinhão na base alimentação.

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