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Economia e Negócios

Ibovespa supera inéditos 117 mil pontos na volta do feriado de Natal

Em um dia em que pouco se espera do mercado, Bolsa sobe na carona de um possível acordo comercial entre EUA e China.

Na antepenúltima sessão do ano, com liquidez moderada, o Ibovespa deu novo sinal de que deve fechar 2019 em torno de máximas históricas, que têm sido pulverizadas em padrão quase diário nas últimas semanas. Neste retorno de Natal, não foi diferente: como aqueles apressados que sobem a escada de dois em dois degraus, o Ibovespa, que já havia rompido a inédita casa de 116 mil pontos pela manhã, aprofundou-se em terreno não mapeado para fechar o dia acima dos 117 mil pontos.

O principal índice da B3 encerrou a sessão em alta de 1,16%, aos 117.203,20 pontos, estabelecendo nova máxima de fechamento e, um pouco mais cedo, também intradia. O giro financeiro ficou em R$ 16,1 bilhões, com o índice oscilando entre 115.672,53 pontos, na mínima, e 117.219,91 pontos no pico da sessão, novo pico histórico, em dia também positivo em Nova York, onde o índice de tecnologia, Nasdaq, tocou e superou pela primeira vez a marca de 9 mil pontos - as três referências de NY seguem nas máximas históricas, renovadas hoje mais uma vez.

Com entusiasmo lá e aqui, o índice MSCI Brazil, que reúne ADRs de empresas brasileiras negociadas em Nova York, fechou o dia em alta de 2,21%, a 47,69.

No Brasil, a melhora nos índices de confiança dos segmentos de comércio e serviços, em levantamento mensal da Fundação Getulio Vargas, bem como o forte desempenho reportado pela Associação de Lojistas de Shopping Centers (Alshop) nas vendas de Natal, foi o catalisador inicial dos ganhos. "O mercado tem se mantido eufórico com a melhora da perspectiva econômica para 2020, em uma progressão praticamente linear, que o deixa exposto a uma correção maior caso algum fato negativo sobrevenha", diz Gabriel Machado, analista da Necton, casa que projetava a princípio 112 mil para o Ibovespa no fechamento de 2019 e que estima 137 mil como meta para o próximo ano.

"Pode até ficar acima disso, se a economia surpreender positivamente", acrescenta Machado. Ele considera que o Ibovespa deve fechar 2019 em torno das máximas do ano, tendendo a ficar em torno dos 116 mil ou mesmo na linha de 117 mil pontos nas próximas sessões, em um contexto de liquidez reduzida.

Para Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, há uma condição sem precedentes que favorece não apenas a progressão observada este ano, mas também postergação de eventual correção: inflação bem ancorada em horizonte de alguns anos, ao menos até 2021, e com Selic na mínima histórica, hoje em 4,5% mas podendo chegar a níveis ainda menores, como 4%, em 2020. Tal combinação de fatores favorece o maior apetite por risco, especialmente se a disputa EUA-China, como sinalizado em dezembro, permanecer em algum grau de dissipação no próximo ano.

"Estamos vendo um movimento maior de clientes institucionais e de gestores de fundos, especialmente em relação a setores cujas ações estavam um pouco mais atrasadas e que tendem a ser beneficiados pela melhora da demanda doméstica em 2020, como o da construção civil", diz Arbetman. Ele cita também o setor de siderurgia como um favorito para o próximo ano, na medida em que parte do segmento, especialmente Usiminas e CSN, tem forte exposição à economia doméstica.

O desempenho do Ibovespa em 2019, acima do que não poucos anteviam no início do ano, ocorreu a despeito da falta de apoio do investidor estrangeiro. De acordo com os mais recentes dados disponíveis, os estrangeiros retiraram R$ 349,867 milhões da B3 no pregão da última sexta-feira (20).

Naquele dia, o Ibovespa fechou estável (-0,01%), a 115.121,08 pontos, após ter também renovado máximas nos dias anteriores, com giro financeiro de R$ 25,2 bilhões naquela sessão. Em dezembro, o saldo acumulado segue negativo em R$ 3,777 bilhões, apesar de o Ibovespa acumular até aqui ganho de 8,29% no mês. No ano, o saldo está negativo em R$ 43,033 bilhões, enquanto o Ibovespa acumula alta de 33,36% em 2019.

Dólar

Após cair até a mínima em R$ 4,04, a moeda americana desacelerou, mas manteve o sinal de baixa e fechou a R$ 4,06, que representa o menor valor desde o dia 19 deste mês (R$ 4,0622). O fluxo negativo continua a pesar.

Hoje o Banco Central informou saídas pela via financeira na semana até o dia 20 e o fluxo total no ano até esta data é negativo em US$ 40,846 bilhões. Mas os sinais de crescimento da atividade econômica apoiam as previsões de atração de recursos externos. As taxas futuras seguiram o dólar e devolveram prêmios, além de passar por ajustes técnicos, à espera de dados de emprego e contas públicas, amanhã.

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