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Teresina - Piauí

João Mádison quer relatório sobre abordagens policiais a comerciantes

"As pessoas têm o direito de ir e vir. Ninguém pode ser preso e espancado por quem quer que seja. Não podemos aceitar isso”, reclamou Mádison.

Os deputados estaduais do MDB, João Mádison Nogueira, Severo Eulálio e Henrique Pires apresentaram, nessa segunda-feira (27), na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), requerimento para que os órgãos de Segurança do Estado e da Prefeitura de Teresina, enviem informações sobre os procedimentos que estão sendo adotados nas abordagens a empresários, comerciantes e demais cidadãos, nesse momento de isolamento social imposto pela pandemia de coronavírus (covid-19).

O GP1 conversou, nesta terça-feira (28), com o deputado João Mádison Nogueira e ele citou como exemplo o caso do comerciante do bairro Parque Piauí, em Teresina, que foi abordado de forma truculenta por policiais militares ao ter sido flagrado com as portas de sua loja de confecções abertas, em descumprimento aos decretos de isolamento municipal e estadual.

  • Foto: Lucas Dias/GP1João MádisonJoão Mádison

“A bancada do MDB apresentou esse requerimento para que possamos estar tomando ciência de como a Prefeitura de Teresina está fazendo essa abordagem com os comerciantes e nas periferias porque a gente viu naquele dia [do Parque Piauí] que houve exagero na ação. As pessoas têm o direito de ir e vir. Ninguém pode ser preso e espancado por quem quer que seja. Não podemos aceitar isso”, reclamou Madison.

“Nós tomamos essa iniciativa para que as informações possam vir da Prefeitura de Teresina, mas também da Polícia Militar, porque não podem fazer esse tipo de coisa. A gente precisa ter essas informações para nós tomarmos as devidas posições, a Assembleia como todo. A população do Brasil toda viu aquela cena e ficou estarrecido. Foi uma cena repugnante que não podemos aceitar”, lamentou o deputado.

Relembre o caso

O proprietário de uma loja de confecções localizada no bairro Parque Piauí, zona sul de Teresina, foi abordado de maneira truculenta por policiais militares no último dia 20 de abril. O fato aconteceu na Avenida Principal do Parque Piauí (Marechal Juarez Távora), e foi registrado por pessoas que presenciaram a cena. Durante a abordagem, o cidadão foi algemado e teve uma crise de epilepsia logo em seguida.

Uma guarnição da PM, juntamente com a Guarda Municipal de Teresina e fiscais da Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU) Sul, estavam realizando uma fiscalização para averiguar o cumprimento dos decretos estadual e municipal, editados pelo governador Wellington Dias e o prefeito Firmino Filho, respectivamente, que tratam sobre o fechamento do comércio em função da pandemia do novo coronavírus.

Os fiscais se depararam com a loja de confecções aberta e foram até o local, alertando que o proprietário seria multado por estar descumprindo a determinação, já que o estabelecimento não se enquadrava em serviço essencial.

Houve uma discussão entre os policiais militares e o dono da loja, que não apresentou as documentações do local para que fosse lavrada uma multa por parte do Município. Os policiais começaram a preencher um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), mas em seguida afirmaram ao comerciante que iriam encaminhá-lo à Central de Flagrantes de Teresina. O empresário cumpriu a ordem e fechou a loja, para se dirigir à delegacia, e nesse momento foi algemado.

Após ser detido, o empresário começou a passar mal e acabou caindo no chão. Populares se aglomeraram ao redor e passaram a criticar a atuação policial, pelo fato de o dono da loja ter sido algemado, visto que não representava um perigo para a sociedade. Nos vídeos que circulam na internet, é possível ouvir as pessoas gritando, implorando para os policiais soltarem o cidadão, que estava desfalecendo com falta de ar.

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