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Lava Jato denuncia executivos por propinas de R$ 5,8 milhões na Petrobras

Segundo os procuradores da Lava Jato, os executivos da Jaraguá Equipamentos prometeram pagamento de propina ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Em meio à intensa ofensiva de quem vê na operação abusos e ilegalidades, a Lava Jato não dá trégua. Nesta segunda, 14, a força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná denunciou cinco executivos da Jaraguá Equipamentos Industriais S.A – Álvaro Bernardes Garcia, Nasareno das Neves, Ricardo Pinto Korps, Wagner Othero e Cristian Jaty Silva – pela suposta prática de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Também foram denunciados Márcio Andrade Bonilho e Waldomiro de Oliveira pelo crime de lavagem de ativos.

Segundo os procuradores da Lava Jato, os executivos da Jaraguá Equipamentos prometeram pagamento de propina ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa – primeiro delator da Lava Jato – relativo a quatro contratos para obras na Refinaria de Abreu e Lima (Rnest), da petrolífera, cujos valores iniciais totalizavam em conjunto R$ 400.440.776,38.

A Procuradoria sustenta que pelo menos R$ 5.854.200,04 foram repassados pela Jaraguá Equipamentos, ‘mediante sucessivas operações de lavagem de dinheiro’, a título de pagamento das propinas.

Os valores ilícitos foram repassados de forma dissimulada pela Jaraguá Equipamentos de duas formas, afirma o Ministério Público Federal:

-Transferência de R$ 4.069.200,04, por meio de transações bancárias fundadas em contratos e notas fiscais ideologicamente falsos, com a utilização de empresas controladas pelos operadores Alberto Youssef, Marcio Bonilho e Waldomiro de Oliveira;

-Oito transferências no valor total de R$ 1.785.000,00 por meio de doações eleitorais oficiais, realizadas pela Jaraguá Empreendimentos a candidatos do PP nas eleições de 2010.

Segundo revelado pelos próprios envolvidos, as doações eleitorais aos integrantes do PP, responsáveis por manter Paulo Roberto Costa na posição de diretor da Petrobras, foram feitas após a contratação da Jaraguá Equipamentos na Rnest.

O doleiro Alberto Youssef – segundo delator da Lava Jato – ‘foi o responsável por definir os candidatos e valores a serem doados em favor do PP, o que foi acatado pelos executivos da Jaraguá Equipamentos denunciados’.

A Procuradoria destaca que por tais crimes os ex-deputados federais do PP João Alberto Pizzolatti Junior, Mário Silvio Mendes Negromonte e Luiz Fernando Ramos Faria já foram denunciados perante o Supremo Tribunal Federal. A acusação foi recebida e, na sequência, declinada para a 13.ª Vara Federal em Curitiba, onde tramita sob o nº 5040308-29.2019.4.04.7000.

A força-tarefa Lava Jato também já propôs ação de improbidade administrativa contra os ex-parlamentares, ‘por esses e outros fatos’ – a ação tramita perante a 1.ª Vara Federal de Curitiba sob o nº 5012249-02.2017.4.04.7000.

“Desde 2014 a força-tarefa Lava Jato vem se dedicando a responsabilizar todos aqueles que jogaram o jogo sujo da corrupção na Petrobras”, afirma o procurador Roberson Pozzobon.

Segundo ele, ‘nesse caso, as investigações revelaram que um sócio e altos executivos da Jaraguá Equipamentos, não integrante do cartel de empreiteiras que loteava as obras da Petrobras, pagaram mais de R$ 5 milhões em propinas no âmbito de contratos que superam o valor de R$ 400 milhões com a estatal.

Essa é a vigésima ação penal oferecida pela Lava Jato em Curitiba em 2019. “Ainda há muito trabalho pela frente”, disse Pozzobon.

Com a palavra, a defesa

A reportagem busca contato com a defesa da Jaraguá Equipamentos e seus executivos. O espaço está aberto para manifestação.

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