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Teresina - Piauí

Maria da Penha diz que lei precisa chegar aos menores municípios

“Precisa fazer com que os municípios tentem tirar a lei do papel. É necessário que por menor que seja o município ele crie o Centro de Referência da Mulher", disse Maria da Penha.

Em Teresina, a farmacêutica Maria da Penha concedeu entrevista coletiva nesta quarta-feira (28) e destacou que a Lei Maria da Penha precisa ser ampliada aos menores municípios do país com a criação de Centros de Referência da Mulher (CREM).

“Precisa fazer com que os municípios tentem tirar a lei do papel. É necessário que por menor que seja o município ele crie o Centro de Referência da Mulher, que pode ser dentro de um posto de saúde, que pode ser no CREA ou dentro do CRAS para a mulher tomar conhecimento dos seus direitos”, destacou.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Maria da Penha Maria da Penha

Maria da Penha ainda afirmou ter comprometimento com a causa de proteção as mulheres, aos 38 anos, a advogada sofreu sua primeira tentativa de feminicídio, quando seu então marido efetuou um disparo de arma de fogo contra ela.

“Realmente eu sou muito comprometida com esta causa e vejo que a minha trajetória foi muito difícil. Quase fui assassinada na época em que minhas filhas tinham sete, cinco e dois anos de idade e criar crianças nesta idade é muito difícil em uma cadeira de rodas. Essa luta começou nesta época e até hoje continuo já em outro momento que é verificar a implementação da Lei Maria da Penha nos estados e nos municípios”, afirmou.

A Secretária Municipal da Mulher, Maciliane Batista, destacou que a história de Maria da Penha possui um simbolismo de superação de um ciclo de violência. “A Maria da Penha, a história de superação de um ciclo de violência. Tem a ver com um simbolismo de superação saindo do individual e parte para o coletivo, não só o coletivo no Brasil, mas ela questiona as leis existentes e exige que o Brasil tenha lei específica no atendimento à mulher e não só a mulher, mas aqueles casos de violência doméstica e familiar, que apesar de 13 anos, mas muitas mulheres ainda silenciam que vivenciam essa violência. A vida dela aqui é para dizer mulheres não se calem, instituições continuem se aperfeiçoando, sociedade vamos mudar porque isso não é valor moderno rompeu-se os padrões do machismo, do sexismo e enquanto instituição” disse.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Macilane BatistaMacilane Batista

Ainda conforme Maciliane Batista, a pauta busca mobilizar uma geração de jovens para que seja entendido os direitos das mulheres na sociedade. “A gente buscou mobilizar, pautar essa agenda com ela alusivo a um importante projeto que temos aqui em Teresina, que se chama Lei Maria da Penha em Cordel nas Escolas, desenvolvemos esse trabalho 5 anos e entendemos a importância dele para mudar uma geração. Não basta só o atendimento à mulher, mas a gente tem que mudar o processo de educação de uma sociedade”, considerou.

Título de cidadania piauiense histórico

Acontece nesta quinta-feira (29) uma sessão solene para homenagear Maria da Penha Maia Fernandes, que deu nome à lei que pune crimes contra a mulher, Maria da Penha. A proposta do título de cidadania piauiense para Maria da Penha, que é natural de Fortaleza, no Ceará, é da deputada estadual Lucy Soares (Progressistas). Hoje com 73 anos, Maria da Penha sofreu duas tentativas de homicídio pelo então marido, Marco Antonio Heredia Viveiros, que uma vez simulou um assalto e outra vez tentou eletrocutá-la durante o banho.

Maria da Penha ficou paraplégica e desde então iniciou na luta contra a violência à mulher, sendo fundadora de um instituto e uma ONG. No dia 7 de agosto de 2006 foi sancionada a lei que leva seu nome e combate o crime contra mulheres no país.

Por meio das redes sociais, a deputada Lucy Soares publicou uma foto com Maria da Penha durante uma visita a Teresina em 2015 e destacou a história de vida da farmacêutica que se tornou símbolo do combate à violência contra a mulher.

“Maria da Penha buscou, por 19 anos, justiça pelas agressões e tentativas de feminicídio. Hoje, Maria da Penha é um símbolo de luta e de coragem, é a prova de que não podemos desistir de levar uma vida livre e justa. Em 2015, tivemos a honra de ter, pela primeira vez, sua visita em Teresina, para debater e ouvir sobre a importância da conscientização e do empoderamento. Alegria maior em poder recebê-la de volta, dessa vez na Assembleia Legislativa, para levar a mulheres de todo o Piauí, a história de uma mulher que sobreviveu para contar sua história”, escreveu.

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