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Papa envia mensagem a fiéis pela Campanha da Fraternidade

Na mensagem, o Papa pede aos brasileiros que promovam uma cultura de paz, reconciliação e justiça.

O Papa Francisco enviou uma mensagem aos fiéis brasileiros por ocasião da Caminhada da Fraternidade, que começa nesta Quarta-feira de Cinzas (14) e tem como tema “Fraternidade e superação da violência”.

De acordo com informações do site Extra, o texto foi escrito no dia 27 de janeiro e divulgado nesta manhã pelo Vaticano. Na mensagem, o Papa pede aos brasileiros que promovam uma cultura de paz, reconciliação e justiça. “Deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança são condições necessárias para se viver como irmãos e irmãs e superar a violência”, escreveu ele.

  • Foto: Stefano Rellandini/ReutersPapa FranciscoPapa Francisco

Criada em 1962 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Campanha da Fraternidade é apresentada todo ano na Quarta-Feira de Cinzas, primeiro dia da Quaresma, período de 40 dias no qual a Igreja Católica convida os fiéis a praticar oração, jejum e desperta a solidariedade dos fiéis em relação a problemas que envolvem a sociedade brasileira, buscando caminhos e soluções.

Confira na íntegra a mensagem do Papa Francisco:

“Queridos irmãos e irmãs do Brasil!

Neste tempo quaresmal, de bom grado me uno à Igreja no Brasil para celebrar a Campanha “Fraternidade e a superação da violência”, cujo objetivo é construir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência. Desse modo, a Campanha da Fraternidade de 2018 nos convida a reconhecer a violência em tantos âmbitos e manifestações e, com confiança, fé e esperança, superá-la pelo caminho do amor visibilizado em Jesus Crucificado.

Jesus veio para nos dar a vida plena (cf. Jo 10, 10). Na medida em que Ele está no meio de nós, a vida se converte num espaço de fraternidade, de justiça, de paz, de dignidade para todos (cf. Exort. Apost. Evangelii gaudium, 180). Este tempo penitencial, onde somos chamados a viver a prática do jejum, da oração e da esmola nos faz perceber que somos irmãos. Deixemos que o amor de Deus se torne visível entre nós, nas nossas famílias, nas comunidades, na sociedade.

“É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação” (1 Co 6,2; cf. Is 49,8), que nos traz a graça do perdão recebido e oferecido. O perdão das ofensas é a expressão mais eloquente do amor misericordioso e, para nós cristãos, é um imperativo de que não podemos prescindir. Às vezes, como é difícil perdoar! E, no entanto, o perdão é o instrumento colocado nas nossas frágeis mãos para alcançar a serenidade do coração, a paz. Deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança são condições necessárias para se viver como irmãos e irmãs e superar a violência. Acolhamos, pois, a exortação do Apóstolo: “Que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento” (Ef 4, 26).

Sejamos protagonistas da superação da violência fazendo-nos arautos e construtores da paz. Uma paz que é fruto do desenvolvimento integral de todos, uma paz que nasce de uma nova relação também com todas as criaturas. A paz é tecida no dia-a-dia com paciência e misericórdia, no seio da família, na dinâmica da comunidade, nas relações de trabalho, na relação com a natureza. São pequenos gestos de respeito, de escuta, de diálogo, de silêncio, de afeto, de acolhida, de integração, que criam espaços onde se respira a fraternidade: “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8), como destaca o lema da Campanha da Fraternidade deste ano. Em Cristo somos da mesma família, nascidos do sangue da cruz, nossa salvação. As comunidades da Igreja no Brasil anunciem a conversão, o dia da salvação para conviverem sem violência.

Peço a Deus que a Campanha da Fraternidade deste ano anime a todos para encontrar caminhos de superação da violência, convivendo mais como irmãos e irmãs em Cristo. Invoco a proteção de Nossa Senhora da Conceição Aparecida sobre o povo brasileiro, concedendo a Bênção Apostólica. Peço que todos rezem por mim.

Vaticano, 27 de janeiro de 2018.

Franciscus PP.”

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